A cruzada do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, contra a "especulação" e a "usura" foi responsável pela detenção de 26 pessoas no país, segundo a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz.
Ela explicou que os comerciantes foram detidos em 125 operações da "guerra econômica" declarada por Maduro contra empresários acusados de inflacionar preços de produtos importados.
Na semana passada, chegou-se a dizer que o número de empresários detidos em todo o país chegava a cem.
O Ministério Público ainda expediu 34 medidas cautelares e oito ordens de apreensão, "sempre no marco das operações em defesa da economia e dos preços justos", segundo a procuradora-geral.
No dia anterior, Maduro havia anunciado a criação da Lei de Custos, Lucros e Estabelecimento de Preços - que determina que o lucro dos negócios privados da Venezuela deve ficar dentro de uma margem de 15% a 30%.
Ele anunciou ainda a assinatura de um decreto que estabelece uma instituição para fiscalizar e supervisionar o fluxo de dólares negociados no câmbio oficial, atualmente em 6,3 bolívares fortes por dólar - bem abaixo das transações realizadas no mercado negro.
Os dois decretos foram os primeiros após a aprovação, na Assembleia Nacional, da Lei Habilitante, que dá ao presidente o "superpoder" de legislar sobre alguns assuntos pelo prazo de um ano.
Ontem, durante discurso pela comemoração do Dia do Estudante na Venezuela, Maduro disse que espera ainda baixar os aluguéis em centros comerciais do país, por meio da Lei Habilitante.
Ele também pediu o apoio dos jovens na "ofensiva contra os especuladores" e disse que os estudantes vão integrar, a partir do fim de semana, as operações de inspeção, com fiscais e policiais.
A economia tornou-se assunto central no país às vésperas de eleições municipais, marcadas para 8 de dezembro.
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