O aeroporto da capital do Iêmen, Sanaa, foi fechado hoje, informou um funcionário local à France Presse. A decisão é tomada em um momento de aumento da violência entre membros de tribos armados e as forças de segurança nas ruas da cidade. "Todos os voos foram transferidos para o aeroporto de Áden", disse o funcionário, pedindo anonimato.
Houve intensos confrontos no bairro de Al-Hasaba, dez quilômetros ao sul do aeroporto, e há relatos de que milhares de membros de tribos armados foram enviados para Sanaa para apoiar seu líder, o xeque Sadiq al-Ahmar, em sua disputa com as forças oficiais. Testemunhas disseram que os confrontos ocorreram por toda a noite em Al-Hasaba, zona controlada pelo xeque. Pelo menos 15 pessoas morreram, segundo médicos. Entre as vítimas há uma menina de sete anos, afirmou um funcionário do setor médico no Hospital Al-Jomhoreya, em Sanaa.
Confrontos nas ruas deixaram ontem 47 mortos, disseram médicos nesta quinta-feira. A violência voltou à capital na terça-feira, após o fim de uma trégua entre os dois lados. Essa trégua havia sido anunciada em 27 de maio, após uma semana de duros confrontos depois de o presidente Ali Abdullah Saleh advertir para o risco de uma guerra civil.
Ahmar apoia os protestos contra o governo desde março. O movimento oposicionista começou em janeiro, pedindo o fim do governo de Saleh, no poder desde 1978. Segundo um levantamento da France Presse, mais de 180 manifestantes foram mortos desde janeiro e milhares ficaram feridos.
Também hoje, o governo iemenita deu a entender que poderia concordar com um plano de nações do Golfo Pérsico para encerrar a crise. Um porta-voz do governo disse à agência estatal que a administração está "pronta para finalizar a assinatura da iniciativa do Golfo", já firmada pela oposição. Saleh reluta em assinar o texto, pelo qual precisará deixar o poder em até 30 dias, recebendo em troca imunidade judicial. O porta-voz oficial disse que a data para a assinatura ainda será decidida.
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