O procurador geral do México disse nesta quinta-feira (26) que mais de mil pessoas foram mortas nas oito primeiras semanas deste ano, mas ele acredita que a violência resultante do tráfico de drogas já atingiu o auge.

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Em entrevista à Associated Press, o procurador geral Eduardo Medina Mora também afirmou que 6.290 pessoas foram mortas no ano passado pela violência relacionada ao tráfico de drogas - na contagem mais detalhada sobre assassinatos na guerra mexicana contra os narcóticos. No ano passado, os assassinatos mais que dobraram no México em comparação a 2007. O procurador geral também afirmou nesta quinta que a chamada "Operação Limpeza", um expurgo dentro do governo mexicano para depurar a infiltração do narcotráfico, praticamente foi concluída com a detenção de 25 funcionários graduados e agentes policiais.

Medina Mora disse que os cartéis mais poderosos da droga no mundo estão "se derretendo" enquanto se enfrentam em mortíferas guerras entre si e lutam um combate desesperado contra a polícia e o exército mexicanos.

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O governo mexicano não espera extinguir o tráfico, mas acredita que dificultará ao máximo a atividade criminosa, a um ponto que os traficantes não usarão mais o México como rota para vender as drogas nos Estados Unidos. "Nós queremos deixar bem alto o custo de usar nosso país como uma possibilidade de rota", disse Medina

Ele elogiou a atividade da polícia norte-americana, que deteve mais de 700 supostos integrantes do Cartel de Sinaloa, mas pediu que os Estados Unidos investiguem e prendam os traficantes de armas que vendem armamentos aos cartéis mexicanos.

Ele também pediu às autoridades norte-americanas que confisquem o lucro dos traficantes que é enviado dos EUA para o México. Segundo Medina, o governo mexicano gastou US$ 6,5 bilhões na luta contra as drogas nos últimos dois anos, numa prioridade máxima no orçamento federal, mas isto é menos que os US$ 10 bilhões que os traficantes lucram a cada ano vendendo drogas aos EUA.

"Eu acredito que nós já atingimos o auge" da violência, disse Medina, mas acrescentou que o governo não atingirá seu objetivo "até que os cidadãos mexicanos se sintam seguros".

Embora a violência tenha diminuído em Tijuana no ano passado, os assassinatos cresceram muito na maior cidade de fronteira com os EUA, Ciudad Juárez, que tem 1,3 milhão de habitantes e fica na fronteira com El Paso, no Texas.

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"Operação limpeza"

Em meados de 2008, o governo mexicano lançou a "Operação Limpeza" para depurar dos aparelhos do Estado os elementos envolvidos com o narcotráfico. Um dos detidos foi o próprio 'czar' antidrogas Noé Ramírez.

Medina disse nesta segunda que a operação está "praticamente concluída". Segundo ele, ainda poderão ocorrer mais detenções de funcionários corrompidos, embora não de alto escalão.

A violência aumentou muito no México nos últimos anos, apesar do governo ter enviado 45 mil soldados às ruas, no país inteiro, para combater os cartéis da droga. Decapitações, ataques contra a polícia, assassinatos de policiais e tiroteios em discotecas e restaurantes ocorrem diariamente em muitas regiões. As informações são da Associated Press.

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