"O regime não dará uma chance à trégua. Ele se preocupa que isso dê novo ânimo à revolução e isso eles não deixarão acontecer."
Khaled al-Shami, ativista pela queda do governo de Bashar Assad.
As explosões de dois carros-bomba na capital Damasco e em Deraa, no sul da Síria, bem como combates e episódios violentos ao redor do país deixaram 62 pessoas mortas ontem, primeiro dia da suposta entrada em vigor de um cessar-fogo entre o governo do presidente Bashar Assad e o Exército Livre da Síria (ELS), que representa a maioria dos combatentes que desde março de 2011 tentam derrubar o governo. Mesmo com o aparente colapso do cessar-fogo, os grupos da oposição disseram que o número de mortos ficou bem abaixo da média diária registrada nas últimas semanas na Síria que é de cem mortos, informou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres.
Mesmo que o cessar-fogo negociado pelo diplomata Lakhdar Brahimi, da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe, seja mantido até segunda-feira, quando termina o feriado islâmico do Eid al-Adha, são remotas as chances de que o conflito civil sírio chegue ao fim.
Protestos
Multidões aproveitaram a redução da violência e milhares de pessoas protestaram nas ruas contra Assad, pedindo a queda do governo. Poucas horas após o começo da trégua, um carro-bomba explodiu em um bairro residencial de Damasco, perto de um complexo habitacional para policiais e suas famílias, matando 10 pessoas.
Outro carro-bomba também explodiu perto de um posto de controle do exército em Deraa, no sul do país, matando três soldados, disse o Observatório Sírio.
Segundo o grupo opositor, soldados do governo e desertores que aderiram aos rebeldes continuaram a combater em Harasta e Douma, subúrbios de Damasco, e na província de Idlib, no norte do país. O governo bombardeou áreas residenciais nos dois subúrbios.
No subúrbio de Douma, centenas de manifestantes foram às ruas levando cartazes, nos quais estava escrito: "Você cairá, Bashar", e "Apenas na Síria o povo veste mortalhas para o Eid", em referência ao feriado islâmico do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício).
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