Sob tensão e com ameaça de um boicote da oposição, a Libéria realiza nesta terça-feira o segundo turno de sua eleição presidencial, em que Ellen Johnson-Sirleaf deve ser reeleita por ampla margem.

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A madrugada foi tranquila em Monróvia, a capital, e a votação começou com baixo comparecimento às urnas. O governo fechou duas rádios simpáticas à oposição, sem explicar os motivos.

O candidato da oposição, Winston Tubman, queixando-se de parcialidade das autoridades eleitorais em prol da presidente, conclamou seus seguidores a boicotarem a votação. Na véspera, membros do seu partido, o CDC, entraram em confronto com a polícia, em incidentes que deixaram pelo menos um morto.

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Um policial foi preso por forças de paz da ONU após admitir o uso de munição real contra manifestantes, segundo o inspetor da polícia local.

A segunda eleição democrática na história da Libéria serve como termômetro para os avanços políticos no país depois da guerra civil que terminou em 2003. Se bem-sucedida, ela pode atrair investimentos externos para ajudar a nação africana a desenvolver seus recursos naturais; do contrário, pode prenunciar uma nova fase de instabilidade para a Libéria.

Um correspondente da Reuters viu poucos eleitores nas seções eleitorais nesta terça-feira, em contraste com o grande afluxo no primeiro turno, realizado em outubro sob chuva torrencial.

"Eu me sinto bem, exerci o meu direito", disse a estudante Bellevilley Armah, que votou no Colégio William Tubman - nome que homenageia um ex-presidente, tio do atual candidato da oposição.

Questionado sobre a pouca presença de eleitores nas filas, Armah afirmou: "Talvez eles estejam com medo (...) pelo que aconteceu ontem."

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A Anistia Internacional pediu uma investigação rigorosa sobre os confrontos da segunda-feira, e recomendou comedimento a todos os liberianos.

Tubman, ex-embaixador liberiano na ONU, usou os incidentes para criticar Johnson-Sirleaf.

"Isso mostra a vocês por que o povo liberiano está determinado a se livrar dessa líder. Ela é alguém que usa a violência contra pessoas pacíficas", afirmou.

As rádios King FM e Love FM - vistas como simpáticas a Tubman e a seu candidato a vice, o ex-jogador de futebol George Weah - foram fechadas durante a madrugada.

Paul Mulbah, gerente da Love, disse que policiais armados chegaram na hora do noticiário da rádio. "Eles colocaram um jornalista sob a mira de armas e o mandaram sair. Trouxeram uma liminar baseada em queixas do ministro da Justiça e do ministro das Comunicações", afirmou. "É lamentável, voltamos aos velhos tempos."

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