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Os nigerianos votaram na eleição presidencial no sábado, mas a violência e o atraso nas votações alimentaram o medo de que essa situação possa colocar em risco a esperança de um avanço democrático na África.

A votação tem como objetivo selar a primeira transmissão de poder de um presidente civil para outro na Nação mais populosa do continente, marcado por três décadas de governos militares corruptos.

Mas horas antes da abertura das votações, agressores não-identificados tentaram explodir os escritórios centrais do órgão que regulamenta as eleições na capital Abuja com um caminhão carregado de combustível. Ele bateu em um poste telefônico fora do prédio e não explodiu.

Mais tarde, militantes em uniformes da polícia e do Exército, portando armas, sequestraram uma autoridade eleitoral no Estado de Ondo e roubaram materiais da votação, informou a agência de notícias estatal.

Na noite de sexta-feira, militantes no Delta do Níger, região produtora de petróleo, invadiram o escritório do candidato a vice-presidente do partido governista, ato que a polícia classificou como uma tentativa de assassinato. Ele escapou, mas dois civis foram mortos.

O comissário eleitoral Maurice Iwu culpou "nigerianos desesperados" que querem sabotar a democracia. "Isso faz parte de uma tentativa calculada para fazer com que nos tornemos paranóicos, para que não prossigamos com as eleições", disse.

Testemunhas disseram que as votações tiveram início na cidade de Katsina no horário, às 10h (horário local), mas começaram mais tarde na maior cidade do país, Lagos, e em outras localidades por causa de atrasos no transporte.

Mesmo antes dos casos de violência, havia um pessimismo de que a votação fosse livre e justa após fraudes indiscriminadas em vários lugares durante as eleições regionais há uma semana.

Cerca de 50 pessoas morreram em consequência daquelas votações. Partidos da oposição acusaram na sexta-feira o partido governista Partido Democrático do Povo (PDP) de ter iniciado uma fraude um dia antes da eleição presidencial.

A oposição disse que não tem mais confiança na autoridade eleitoral depois da votação da semana passada, que deu a maioria esmagadora para o PDP.

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