Dois adolescentes palestinos de 13 e 15 anos esfaquearam dois adolescentes israelenses, ferindo gravemente um de 13 anos, nesta segunda (12) em Jerusalém, em mais um dia da onda de violência que tem assolado a cidade e territórios como a Cisjordânia e a faixa de Gaza nos últimos dias.

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Segundo a polícia de Israel, os adolescentes foram atacados enquanto andavam de bicicleta pelo assentamento de Pisgat Zeev, na região norte de Jerusalém. De acordo com os policiais, o jovem palestino de 15 anos foi morto a tiros, e o de 13 foi ferido.

Uma hora mais cedo, uma jovem palestina de 16 anos havia esfaqueado e ferido um paramilitar na fronteira de Jerusalém com a Cisjordânia.

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No início da noite (à tarde, no horário de Brasília), outro palestino foi morto a tiros dentro de um ônibus perto da estação central da cidade.

Segundo o relato da polícia israelense, ele havia tentado tomar o rifle de um soldado e, depois, arrancado a pistola das mãos de um policial que assistia à cena. O soldado e um passageiro ficaram feridos.

As forças de segurança de Israel informaram que um terceiro palestino foi morto a tiros nesta segunda, após tentar esfaquear um policial na fronteira. Outro palestino, testemunha do incidente, negou que o morto portasse faca.

‘Terror das facas’

Nos últimos 12 dias, quatro israelenses e 26 palestinos, incluindo oito supostos agressores e oito menores de idade, morreram em Jerusalém, no pior período de violência nas ruas da cidade em anos.

Nesta segunda, grupos palestinos pediram um “Dia de Fúria” em toda a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, e os líderes da comunidade árabe de Israel convocaram uma greve de lojistas em protesto.

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Em discurso no Parlamento, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, acusou os líderes árabes do país de incitar a violência das últimas semanas e os exortou a “expulsar os extremistas”.

“O terror dos homens-bomba não nos derrotou, e o terror das facas não nos derrotará agora”, disse Netanyahu.

Temores de Intifada

Os ataques quase diários reacenderam temores de que os palestinos estejam entrando em uma nova Intifada (“rebelião”, em árabe). As duas anteriores, que duraram de 1987 a 1993 e de 2000 a 2005, deixaram mais de 5.000 mortos -pelo menos 4.200 palestinos e 1.160 israelenses.

Analistas veem como combustível da violência a frustração dos jovens palestinos com o fracasso de seus líderes veteranos em consolidar um Estado palestino independente, depois que as últimas negociações de paz com Israel foram abortadas.

Outro fator de tensão é a disputa religiosa em torno da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, um dos locais sagrados para o islã.

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Desde 1967, só muçulmanos podem rezar no local, mas nos últimos meses aumentou o número de judeus que ensaiam rezas coletivas e reclamam da falta de liberdade de culto no que para eles é o monte do Templo, onde ficavam os templos bíblicos de Salomão e Herodes.

Como resultado, houve no local em setembro uma série de confrontos entre palestinos armados de pedras e coquetéis molotov e policiais israelenses.

A polícia reforçou seu efetivo em Jerusalém com mais 2.000 policiais, mas seus líderes argumentam que é difícil evitar a ação de “lobos solitários” como os esfaqueadores.