A calmaria de ontem nas ruas de Sanaa, capital do Iêmen, não parecia condizer com a realidade de um país à beira da guerra civil envolvendo tribos e clãs locais. Grande parte da população deixou a cidade após o confronto de sexta-feira, que deixou ferido o presidente do país, Ali Abdullah Saleh, após morteiros e foguetes atingirem a mesquita onde ele rezava dentro do palácio do governo.
Temendo um aumento da violência, moradores de Sanaa buscaram refúgio nos vilarejos próximos à capital, deixando grande parte da cidade desabitada. Praticamente não se viam carros e poucas pessoas circulavam pelas ruas, algo pouco comum para um domingo, dia de trabalho para os muçulmanos. Mesmo assim, centenas de postos de controle do Exército e da polícia - leais ao presidente - checavam os poucos carros e pedestres que transitavam pelas vias de acesso da capital iemenita.
Na região norte de Sanaa, palco dos mais violentos confrontos entre as forças de segurança e grupos da oposição, diversas ruas foram bloqueadas com pedras, carros e troncos de árvore pelos moradores, que tentam evitar que os conflitos avancem. Praticamente não há gasolina, já que a principal rota de abastecimento foi tomada pelos rebeldes. O abastecimento de água também foi comprometido. Nos supermercados e restaurantes ainda há comida, mas artigos supérfluos e laticínios são difíceis de encontrar.
Para completar o quadro de incertezas, ninguém sabe ao certo com que gravidade o presidente do país foi ferido e se ele poderá ou não reassumir o posto.
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