O atual presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, está perto de vencer em primeiro turno a disputa eleitoral e obter um novo mandato, mostra nesta segunda-feira a apuração. Apesar disso, em um aparente protesto contra os resultados das urnas, ocorrem confrontos entre jovens em várias cidades do norte do país, com pneus, casas e uma igreja sendo queimados, informa o jornal The Wall Street Journal.
As forças de segurança da Nigéria usaram cassetetes e dispararam para o ar para conter os distúrbios, segundo testemunhas. Ainda que não haja informações sobre mortos ou feridos, os confrontos nas cidades de Kaduna, Kano e Zaria ameaçam manchar a eleição presidencial, em grande medida pacífica, ocorrida no sábado.
"A situação realmente degenerou", disse Nafiu Baba-Ahmed, chefe do Supreme Council for Sharia, uma entidade muçulmana na Nigéria. "Há uma completa ruptura da lei e da ordem em algumas partes." Hoje, o governador do Estado de Kaduna decretou toque de recolher de 24 horas "para proteger as vidas e propriedades de todos os cidadãos", segundo comunicado do governo. Kaduna é a terra natal do atual vice-presidente nigeriano, Namadi Sambo.
Os resultados finais da disputa devem ser divulgados ainda nesta segunda-feira, mas Jonathan parece ter uma vantagem insuperável. O presidente já obteve cerca de 60% dos votos até o momento. O rival mais próximo, o ex-líder militar Muhammadu Buhari, tinha 28% dos votos. Observadores locais e internacionais disseram que esta foi a eleição mais crível da Nigéria em décadas.
Ainda assim, os confrontos mostram o ambiente político instável do país, que, segundo alguns analistas, poderia minar seu crescimento econômico e espantar investidores. Nos últimos dois meses, quase cem pessoas foram mortas e danos em propriedades significaram prejuízos de milhões de dólares na violência ligada à campanha, segundo o grupo pelos direitos humanos Human Rights Watch e partidos políticos locais.
Além disso, mais de mil pessoas morreram em confrontos entre cristãos e muçulmanos no centro e no norte da Nigéria, nos últimos dois anos, segundo grupos pelos direitos humanos. Os confrontos no norte parecem ser uma reação à provável derrota de Buhari, que tem bastante apoio no norte do país. Jonathan é do sul nigeriano e é cristão. As informações são da Dow Jones.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Deixe sua opinião