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mundo árabe

Violência marca protestos no Egito

Manifestantes pró-militares em um poste de luz, no Cairo | Asmaa Waguih/Reuters
Manifestantes pró-militares em um poste de luz, no Cairo (Foto: Asmaa Waguih/Reuters)

Ao menos 70 islamitas foram mortos ontem pela madrugada no mais grave episódio de violência desde a deposição do presidente Mohamed Mursi, em 3 de julho.

De acordo com a Irman­­dade Muçulmana, organização à qual Mursi está ligado, as forças de segurança dispararam contra manifestantes antes das preces do amanhecer, durante uma vigília pela restituição do islamita à Presidência.

Imagens de vítimas foram publicadas nas redes sociais, retratando dezenas de mortos e feridos.

O episódio faz parte de uma onda de repressão violenta no país, conforme simpatizantes de Mursi e opositores realizam manifestações ao redor do país, em especial na capital, o Cairo. Há frequentes embates entre as facções e também entre islamitas e o Exército.

"Eles não atiraram para ferir e, sim, para matar", afirmou o porta-voz islamita Gehad el-Haddad. É esperado que o número de mortos seja revisto para cima, nas próximas horas, conforme os corpos são contados nos hospitais. A rede Al Jazeera chegou a noticiar a morte de 120 manifestantes, além de 4.500 feridos, mas os números ainda não foram confirmados pelo Ministério da Saúde.

Ultimato

Venceu ontem à tarde o ultimato dado pelo Exército para que a Irmandade Muçul­­mana concorde em fazer parte da transição política liderada pelo presidente interino Adly Mansur. A organização islamita se recusa a reconhecer a autoridade do governo instituído após um golpe militar. Não está claro o que pode acontecer ao fim do prazo de 48 horas dado pelas Forças Armadas.

Mursi, detido e incomunicável desde sua deposição, é acusado pela conspiração com a facção palestina Hamas para sua fuga de uma prisão no norte do país, em 2011. Outros líderes da Irmandade estão detidos ou sob ordem de prisão.

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