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Jornalistas acompanham debate presidencial entre os oposicionistas Jorge Álvarez Máynez e Xóchitl Gálvez e a governista Claudia Sheinbaum
Jornalistas acompanham debate presidencial entre os oposicionistas Jorge Álvarez Máynez e Xóchitl Gálvez e a governista Claudia Sheinbaum| Foto: EFE/Isaac Esquivel

Além de representantes estaduais e locais, o México vai escolher neste domingo (2) quem presidirá o país até 2030.

É praticamente certo que pela primeira vez os mexicanos elegerão uma mulher para a presidência, porque Claudia Sheinbaum, apoiada pelo atual mandatário, Andrés Manuel López Obrador (que pela Constituição mexicana não pode tentar a reeleição), e a oposicionista Xóchitl Gálvez estão muito à frente do terceiro presidenciável, Jorge Álvarez Máynez, nas pesquisas.

Os habitantes do segundo país mais rico e populoso da América Latina vão às urnas com duas grandes preocupações em mente: a violência e a migração ilegal.

Desde 2017, ano anterior à chegada de Obrador à presidência, o México mantém um número preocupante de homicídios na casa dos 30 mil por ano.

A organização de jornalismo investigativo InSight Crime destacou em relatório que, num país “lar de vários grupos criminosos poderosos que disputam o controle do tráfico de fentanil e do tráfico de seres humanos”, a redução de 7,6% dos assassinatos em 2023 (o número oficial foi de 29.675 homicídios no ano passado) precisa ser observada com desconfiança.

“[...] os especialistas questionam se os dados de 2023 estão subestimando os homicídios, e dizem que as estatísticas do México carecem de transparência sobre os números e métricas. À medida que os homicídios diminuíram, as causas desconhecidas de mortes aumentaram proporcionalmente, enquanto as mortes devido a outras causas permaneceram estáveis”, destacou a organização.

Essa violência atinge também as eleições: o relatório mais recente do think tank Laboratório Eleitoral apontou que mais de 80 pessoas já foram assassinadas no México no atual período eleitoral, entre candidatos, assessores e familiares deles e líderes partidários.

A migração ilegal é outro problema: a crise política, social e econômica em Cuba, na Nicarágua e na Venezuela acentuou o papel do México como rota de passagem de imigrantes rumo aos Estados Unidos (para onde também continuam seguindo muitos cidadãos mexicanos).

Segundo dados obtidos pela NBC News, em março foram flagrados mais de 280 mil imigrantes ilegais tentando atravessar a fronteira sul do México ou dentro do país, mais do que os 189 mil flagrados na fronteira sul dos Estados Unidos.

De acordo com a emissora americana, no início de 2023, a média mensal de flagrantes havia sido de cerca de 100 mil migrantes no México e de 193 mil nos Estados Unidos.

Obrador, do partido de esquerda Morena, não conseguiu resolver os dois problemas e preferiu concentrar esforços em perseguir o órgão eleitoral mexicano e a Suprema Corte do país.

No caso do Instituto Nacional Eleitoral (INE), ele apresentou uma proposta para um grande corte de pessoal e orçamento no órgão. A respeito da Justiça, ele propôs que juízes da Suprema Corte do México sejam escolhidos por voto popular.

Esse comportamento foi acompanhado por tentativas de intimidar a imprensa, como em fevereiro, quando, após o The New York Times ter publicado uma reportagem sobre uma investigação americana que teria apurado supostos pagamentos do narcotráfico a Obrador, o presidente divulgou durante uma coletiva de imprensa o telefone de Natalie Kitroeff, chefe da sucursal do jornal americano para o México, América Central e Caribe.

Gálvez, candidata de uma coalizão que reúne o conservador Partido Ação Nacional (PAN), o Partido Revolucionário Institucional (PRI) — que governou o México entre 1928 e 2000 — e o centro-esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), aparece atrás de Sheinbaum nas pesquisas, mas aposta no desgaste da esquerda para sair vitoriosa neste domingo.

“Ele [Obrador] é o candidato. É ele quem faz as propostas de campanha. A única coisa que ela [Sheinbaum] fala é que vai continuar o que López Obrador fez”, disse Gálvez, em entrevista ao El País em fevereiro. “Essa administração representa a corrupção e a incapacidade de governar.”

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