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A violência na República Centro-Africana deslocou quase um milhão de pessoas, um quinto da população, e está prejudicando os esforços de ajuda, particularmente na capital Bangui, afirmou nesta sexta-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Um grupo rebelde muçulmano, o Seleka, desencadeou uma onda de matança e saques depois de tomar o poder em março. A mobilização de 1.600 soldados franceses e quase 4.000 militares da União Africana não conseguiu ainda conter a violência entre os grupos religiosos.

Só na capital, mais de 510 mil pessoas estão desalojadas, o equivalente a mais da metade da população da cidade, disse o Acnur. Pouco mais da metade é formada por crianças.

O número de pessoas abrigadas num acampamento improvisado no aeroporto internacional dobrou na semana passada para 100 mil. O local não tem acesso adequado à água ou comida, mas grupos de ajuda humanitária têm encontrado dificuldades para atuar devido aos violentos combates em bairros próximos.

"A insegurança e o caos em torno do local nos impedem de fazer qualquer distribuição", disse o porta-voz do Acnur, Babar Baloch, em entrevista coletiva em Genebra.

A entidade Médicos Sem Fronteiras disse que estava reduzindo seus serviços para um nível mínimo em sua clínica no aeroporto depois que balas perdidas mataram três crianças e feriram 40 pessoas nesta semana.

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