Ativistas com cartazes e a bandeira síria realizam protesto em solidariedade aos manifestantes na Síria, em Beirute, no Líbano. Tropas da Síria invadiram casas em um distrito sunita do porto de Latakia nesta quarta-feira, disseram moradores, prendendo centenas de pessoas e as levando para um estádio| Foto: REUTERS/Sharif Karim

Tropas sírias detiveram dezenas de pessoas em Damasco e na cidade costeira de Latakia em ações noturnas, enquanto o presidente Bashar Assad tenta encerrar à força os cinco meses de levante contra seu governo. As prisões aconteceram no momento em que os vizinhos Jordânia e Turquia pedem a Damasco que interrompa a repressão e retire as tropas do Exército das cidades atacadas.

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Na província de Idlib, noroeste do país, um homem morreu ao ser atingido por uma bala quando estava numa sacada, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, que tem uma rede de informantes na Síria. Soldados realizavam ações no local quando o homem foi morto.

Mais cedo nesta quarta-feira, uma mulher morreu em decorrência dos ferimentos sofridos dois dias antes em Latakia, segundo o observatório e os Comitês de Coordenação Locais, outro grupo ativista, que também afirmou que um homem foi morto na cidade na noite de terça-feira.

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Os ataques em Damasco se concentraram no bairro de Rukneddine, de maioria curda, onde dezenas de pessoas foram detidas depois que a eletricidade foi cortada na região, informou o observatório. Na área têm sido realizados intensos protestos contrários ao regime nas últimas semanas.

Em Latakia, centenas de agentes de segurança realizaram buscas em residências no bairro de al-Ramel, que abriga um lotado campo de refugiados palestinos onde sírios de baixa renda também vivem. A cidade mediterrânea tem sido alvo de ataques há quatro dias que já deixaram pelo menos 37 mortos e obrigou moradores a fugirem de suas casas.

Os ministros de Relações Exteriores da Turquia e da Jordânia pediram novamente a Damasco de encerre imediatamente a repressão aos manifestantes. Em coletiva de imprensa conjunta realizada à margem de uma reunião de países islâmicos para discutir a fome na Somália, o chanceler turco Ahmet Davutoglu disse que "o derramamento de sangue deve parar, todos os soldados devem se retirar das cidades e a vida nesses lugares deve voltar ao normal".

"É importante interromper a violência e implementar reformas", disse o ministro de Relações Exteriores da Jordânia, Nasser Judeh. "Rejeitamos a continuidade dos assassinatos. A Turquia elevou suas consultas a países da região para tentar encontrar uma "posição comum" sobre a Síria, disse Davutoglu.

Davutoglu viajou para a Síria na semana passada e pediu a Assad que encerre o derramamento de sangue. Mas a Turquia, importante parceiro comercial da Síria, não se uniu aos Estados Unidos e à Europa na implementação de sanções contra o governo de Assad. As informações são da Associated Press.

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fonte: Agência Estado