Díli ( Das agências internacionais) Milhares de pessoas abandonaram as suas casas no Timor Leste em função da crescente violência no país, alertaram ontem as agências humanitárias. Segundo a Agência de Refugiados da ONU (Organização das Nações Unidas), pelo menos 25 mil refugiados estão buscando abrigo apenas na capital Díli. Foram ocupados o aeroporto, porto, igrejas e a própria sede da ONU. A Cruz Vermelha estima que em todo o país haja cerca de 50 mil refugiados. Muitos estão em acampamentos improvisados. O chefe da missão da ONU no Timor Leste, Sukehiro Hasegawa, disse ontem que talvez sejam necessárias mais tropas internacionais para restaurar a ordem.
"Se os timorenses não conseguirem resolver suas diferenças, acredito que vamos precisar de mais forças internacionais", disse ele.
Domingos de Souza, Secretário-Geral da Educação de Timor-Leste e Manuela Gusmão, irmã do presidente, Xanana Gusmão, estão na catedral junto com outras dezenas de famílias que continuam na dependência de alimentos levados por ONGs e voluntários.
Ontem grupos civis continuavam queimando casas e carros nas ruas da capital Díli. Ao longo da semana, pelo menos 20 pessoas morreram em confrontos.
A onda de violência começou em março, quando 600 soldados, que se diziam discriminados, foram demitidos do Exército após terem feito uma greve. A demissão desencadeou uma série de confrontos entre militares e policiais e, nos últimos dias, grupos civis tomaram as ruas da capital.
A Embaixada do Brasil mandou notificação para os brasileiros evitarem deslocamentos na cidade devido aos focos de violência, mas o embaixador disse que ainda não haverá transporte dos brasileiros para fora do país.
Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Malásia estão enviando tropas para o país. Ontem a Austrália anunciou que mandaria um reforço. Com isso, o país passa a contar com 1,8 mil soldados no Timor Leste maior do que seu contingente no Iraque, onde mantém 1,3 mil soldados.
O ministro das Relações Exteriores do Timor Leste, José Ramos Horta, acusou o governo timorense de ser o culpado pela violência no país. O chanceler disse que o governo não deu uma resposta imediata ao ser alertado sobre os problemas com o Exército e a polícia.
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