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Protestos

Violência se espalha por toda a cidade de Londres

Policiais bloqueiam rua em Hackney, leste de Londres, após lojas serem saqueadas e carros incediados | Toby Melville/Reuters
Policiais bloqueiam rua em Hackney, leste de Londres, após lojas serem saqueadas e carros incediados (Foto: Toby Melville/Reuters)

A onda de saques, vandalismo e conflito de jovens contra policiais, que começou no sábado em Londres, se espalhou ontem por toda a cidade. Carros, lojas, casas e ônibus foram incendiados.

Pela primeira vez, também hou­­ve confrontos com a polícia e sa­­ques fora de Londres, em Bir­­min­­gham, no centro do país. Ao me­­nos 215 pessoas foram presas.

Os distúrbios de ontem começaram no fim da tarde em Hack­­ney, bairro no leste que fica próximo do Parque Olímpico, onde acontecerá a Olimpíada no ano que vem.

Após a polícia revistar um ho­­mem, um grupo se juntou e começou a atirar o que encontrava nos policiais: latas de lixo, garrafas, pedras, pedaços de madeira.

A maioria era jovem, muitos, menores, que cobrem o rosto com capuzes ou lenços. Depois quebra­­ram vitrines e saquearam lo­­jas.

Mais tarde, o mesmo aconteceu em Lewisham (sudeste da ci­­dade) Peckham (sul), Ealing (oeste), e Clapham (sul).

Por volta das 20h30 locais, um grupo incendiou uma loja de mó­­veis e casas em Croydon (sul). Ha­­via relatos de vandalismo em Cam­­den Town e Notting Hill (norte).

A polícia investiga redes so­­ciais como Twitter e Facebook e um serviço de mensagens do Black­­Berry para checar informações sobre suposta convocação dos encontros.

"O que está havendo é banditismo. Pura criminalidade", disse a ministra do Interior, Theresa May, que interrompeu as férias para voltar a Londres.

A polícia ainda investiga a co­­nexão entre os conflitos.

O primeiro, em Tottenham, acon­­teceu após protestos pela morte de Mark Duggan, que tinha 29 anos e foi baleado pela polícia na quinta-feira. A informação oficial é que ele atirou primeiro, o que a família contesta. Na tarde de anteontem, familiares e amigos foram até a delegacia local pedir explicações à polícia.

Ainda não se sabe o que transformou o protesto pacífico em um conflito com os policiais, que, em menor número, não conseguiram conter as pessoas, que incendiaram um ônibus, carros policiais e lojas.

O bairro foi tomado pela polícia no dia seguinte. Mas os protestos se espalharam para Einfeld (que fica ao lado) e Brixton (no sul).

São todos bairros pobres, com grande concentração de população afro-caribenha. Moradores dizem que havia ódio contido pe­­la forma como a polícia lida com os jovens, sobretudo os ne­­gros. Afirmam que muitos são abordados e revistados sem ne­­nhuma razão aparente.

Outros culpam os cortes feitos pelo governo em programas so­­ciais.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, decidiu interrom­­per as férias na e voltar para Lon­­dres para acompanhar de perto os episódios de violência que assolam a capital londrina, informou ontem seu gabinete. Came­­ron participará de uma reunião do Comitê britânico de Contin­­gên­­cias de Emergência e conversará sobre a situação na capital britânica com o ministro do Interior e com o chefe da polícia, informou um comunicado emitido por Downing Street.

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