O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou ontem uma reunião preparatória do encontro com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, para tratar das relações entre os dois países, especialmente da violência na fronteira. Lula e Lugo se encontrarão na próxima segunda-feira, em Ponta Porã (MS). "O tema violência vai ser discutido. Tanto que o ministro da Justiça estava aqui (na reunião)", disse o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.
Participaram da reunião, além de Lula e Amorim, os ministros Luiz Paulo Barreto (Justiça) e Márcio Zimmermann (Minas e Energia) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Na quarta-feira, Lula afirmou que aproveitará o encontro para discutir medidas conjuntas para combater a violência nas áreas fronteiriças. Sem dar detalhes, ele também afirmou que os dois devem anunciar medidas comuns para lidar com o problema.
A afirmação foi feita depois do ataque, na segunda-feira, contra o senador paraguaio Robert Acevedo na cidade de Pedro Juan Caballero, capital do Departamento de Amambay, área de tráfico de drogas na fronteira com o Brasil. A cidade faz divisa com Ponta Porã, onde os dois presidentes vão se encontrar.
Lula e Lugo também discutirão o problema do crescente contrabando na fronteira dos dois países e a situação dos brasileiros, brasileiros que estão sendo expulsos do território paraguaio (veja box ao lado).
Atentado
O senador Robert Acevedo, do governista Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) e vítima de um atentado a bala, espera um novo ataque "a qualquer momento", disse ontem seu irmão, José Carlos Acevedo.
O senador recebeu dois tiros no braço direito "mas sua caminhonete tem sinais de 70 tiros. Meu irmão salvou-se milagrosamente", explicou José Carlos, que é prefeito da cidade.
O senador recebeu alta hospitalar na quarta-feira à noite e passa bem.O motorista e um segurança de Acevedo morreram no ataque.
"Recebemos informações de que vários grupos de narcotraficantes se uniram como em uma cooperativa, juntaram dinheiro e colocaram um preço para a vida de meu irmão", disse José Carlos.