Pequim - As divergências em economia e comércio, direitos humanos e nas sanções contra o Irã prevaleceram entre Estados Unidos e China, apesar da repetição das palavras "cooperação e "consenso pelos presidentes dos dois países durante a visita de Barack Obama a Pequim.
O presidente chinês, Hu Jintao, declarou que os dois países devem "se opor e rejeitar o protecionismo em todas suas manifestações.
Já Obama disse que "é importante um crescimento econômico equilibrado. "Em declarações passadas, vi um compromisso da China na direção de um câmbio flutuante, decidido pelo mercado.
Ao usar a palavra "passadas, Obama deu a entender que os chineses se esquivaram do tema, apesar da crescente pressão internacional para que a China aprecie sua moeda.
A China se queixa de novas tarifas americanas contra pneus e tubos de aço chineses, enquanto os Estados Unidos acusam a China de manter sua moeda, o yuan, subvalorizada artificialmente para obter vantagens nas exportações. Os Estados Unidos têm um déficit anual de quase US$ 275 bilhões com a China. A superpotência asiática tem mais de US$ 1,6 bilhão em moeda e títulos do Tesouro americano e teme que o crescente déficit dos EUA desvalorize seu investimento.
Em relação ao programa nuclear do Irã, as diferenças persistiram. Obama disse que, durante as negociações nucleares em curso, Teerã "tem uma oportunidade de demonstrar suas intenções pacíficas, mas se não aproveitar essa oportunidade, haverá consequências.
Já Hu disse que o tema será "resolvido por negociações e diálogo. O Irã é o segundo maior fornecedor de petróleo da China.
Um dos raros temas em que os presidentes mostraram um discurso afinado foi o de mudança climática. Ambos disseram que seus países, os maiores poluidores do mundo, com 40% da emissão de gases do planeta, apresentarão metas para limitar a emissão na cúpula na Dinamarca em dezembro.
Direitos humanos
Numa demonstração do novo status chinês como superpotência, Obama foi cauteloso em seus comentários. Num raro momento em que tratou de direitos humanos, disse que falou a Hu sobre a "fundamental crença americana de que todos homens e mulheres têm certos direitos fundamentais e que isso também se aplica "às minorias étnicas e religiosas.
Organizações de direitos humanos criticaram a ausência de críticas mais firmes de Obama à perseguição étnica e religiosa aos budistas tibetanos e muçulmanos uigures na China.
Obama admitiu que o Tibete é parte da China, mas pediu uma "retomada do diálogo entre o governo chinês e representantes do dalai-lama, para resolver diferenças entre Pequim e o líder exilado.
Hu pediu ao americano que "detenha as forças separatistas do Tibete e de Xinjiang que usam solo americano para promover a divisão da China.
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