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Um parlamentar da Câmara dos Conselheiros, a câmara alta do Parlamento do Japão, está causando revolta no país por ter visitado a Rússia.
Muneo Suzuki se encontrou com o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrey Rudenko, em Moscou na segunda-feira (2). O Japão condena a invasão do Kremlin à Ucrânia e respondeu com sanções contra a Rússia e envio de ajuda militar a Kiev.
Fumitake Fujita, secretário-geral do Nippon Ishin, partido de Suzuki, disse ao jornal Asahi Shimbun que o parlamentar pode ser punido por ter infringido regras da legenda ao não informar previamente sobre a viagem – sua equipe comunicou sobre a ida à Rússia depois que ele já havia saído do Japão.
O governador de Osaka, Hirofumi Yoshimura, co-líder do Nippon Ishin, partido conservador de oposição ao atual governo japonês, defendeu a punição ao parlamentar.
“Apoiamos a Ucrânia. Esta é a política do nosso país e do nosso partido”, disse Yoshimura. “Apesar do partido ter pedido a Suzuki para não ir [à Rússia], ele foi em frente e fez a visita.”
O porta-voz do governo do Japão, Hirokazu Matsuno, disse que Tóquio também não foi informada sobre a viagem de Suzuki à Rússia.
“Estamos emitindo um alerta sobre o cancelamento de viagens à Rússia e, independentemente do propósito, pedimos a todos os cidadãos que se abstenham de viajar para a Rússia”, afirmou, em entrevista coletiva.
Suzuki defende o aprofundamento das relações do Japão com a Rússia e já alegou que a Ucrânia também era responsável pela guerra, iniciada com a invasão russa em fevereiro do ano passado.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia elogiou o parlamentar pela “contribuição significativa” para o “desenvolvimento dos laços bilaterais” entre os dois países.
“Lamentamos que o legado de cooperação entre os dois países, acumulado ao longo de décadas, esteja sendo propositadamente destruído pela política de sanções implementada por Tóquio, a fim de agradar aos Estados Unidos e ao rumo anti-russo do ‘Ocidente coletivo’”, afirmou a pasta.