Uma associação americana de vítimas de padres pedófilos anunciou nesta terça-feira ter apresentado uma queixa ante o Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o Papa Bento XVI e outros dirigentes da Igreja Católica por crimes contra a Humanidade.
Os dirigentes da associação SNAP, orientados pelos advogados da ONG americana "Centro para Direitos Constitucionais", entraram com uma ação para que o Papa seja julgado por "responsabilidade direta e superior por crimes contra a Humanidade, por estupro e outros casos de violência sexual cometidos em todo o mundo".
A organização acusa o chefe da Igreja Católica de "ter tolerado e ocultado sistematicamente os crimes sexuais contra crianças em todo o mundo".
Além do Papa, foram acusados três cardeais que têm ou tiveram responsabilidades de primeiro plano na Cúria: o secretário de Estado e segundo da Santa Sé, o italiano Tarcisio Bertone, seu antecessor Angelo Sodano, também italiano, e o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o americano William Levada, que sucedeu Joseph Ratzinger no posto para o qual o alemão foi eleito Papa, convertendo-se em Bento XVI.
À queixa acrescentaram 10.000 páginas de documentação de casos de pedofilia.
Membros da SNAP provenientes de Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Bélgica, quatro países muito afetados pelo grande escândalo de pedofilia que envolve a Igreja, foram a Haia pedir a abertura desse processo judicial contra o Papa e seus assessores "por sua responsabilidade direta como superiores hierárquicos".
"Crimes contra a dezenas de milhares de vítimas, a maioria crianças, foram escondidos pelos líderes nos mais altos níveis do Vaticano. Neste caso, todos os caminhos levam a Roma", declarou a advogada do grupo, Pamela Spees.
Os bispos e, em alguns casos, o próprio Vaticano rejeitou ou ignorou muitas das queixas das vítimas de padres pedófilos.
O escândalo desacreditou a Igreja em vários países na Europa.
O Papa Bento XVI expressou sua vergonha e pediu desculpas, apelando para a tolerância zero contra os pedófilos. Ele também pediu aos bispos do mundo, que têm a responsabilidade primária sobre seus sacerdotes, a plena cooperação com os tribunais criminais.
A SNAP não acredita nesse desejo de transparência e justiça, e não moderou suas acusações.
Em função disso, a organização iniciou nesta terça-feira uma campanha de informação que levará seus integrantes a Amsterdã, Bruxelas, Berlim, Paris, Viena, Londres, Dublin, Varsóvia, Madri e Roma, onde pretendem "levar a queixa às portas do Vaticano".
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Deixe sua opinião