Um terremoto de 5,9 graus na escala Richter ocorrido no Afeganistão deixou pelo menos 1.030 mortos e mais de 1,5 mil feridos, segundo informou nesta quarta-feira (22) o Departamento de Informação e Cultura da província de Paktika.
O órgão indicou à agência estatal de notícias Bakhtar que todas as vítimas fatais e feridos citados se referem apenas aos distritos de Gayan e Barmal.
Mais cedo, o Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o abalo sísmico teve epicentro na cidade de Khost, capital da província homônima.
A vizinha Paktika foi a mais afetada pelo terremoto, em quantidade de mortos e feridos.
Além disso, Mohammad Nasim Haqqani, porta-voz do Ministério de Gestão e Resposta de Desastres do Afeganistão, informou à Agência Efe que 25 pessoas morreram na província de Khost, e outras cinco em Nangarhar.
Diversas organizações humanitárias já trabalham sobre o terreno no resgate, em coordenação com as autoridades talibãs, segundo informou em comunicado o Alto Comissariado da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Cinco helicópteros do Ministério da Defesa afegão, mais de 50 ambulâncias e diversas equipes de profissionais de saúde foram enviados para as províncias de Paktika e Khost.
Os trabalhos, contudo, estão sendo dificultados pelas fortes chuvas e vento intenso, que, por exemplo, impediu que diversas aeronaves chegassem à região mais afetada.
O representante da Unicef no Afeganistão, Mohamed Ayoya, fez um alerta sobre a situação de vulnerabilidade que o terremoto gera para milhares de crianças.
ONU solicita ajuda internacional
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a organização está “totalmente mobilizada” para garantir apoio à população afegã.
Em comunicado, o diplomata português lamentou pela tragédia que atingiu o povo afegão, “que já sofre o impacto de anos de conflito, dificuldades econômicas e fome”.
“Nossas equipes já estão no terreno, avaliando as necessidades e provendo assistência de emergência”, afirmou Guterres.
O secretário-geral da ONU pediu à comunidade internacional que ajude as milhares de famílias afetadas pelo terremoto, pois “agora é o momento de solidariedade”.
As Nações Unidas ainda não reconheceram o governo afegão dos talibãs, apesar dos inúmeros pedidos feitos pelo regime.
A organização, contudo, garante que diferentes agentes dedicadas à assistência humanitária seguem trabalhando no Afeganistão, ainda mais em um ano em que uma longa seca agravou a crise para a população.