A organização de vítimas de padres pedófilos SNAP pediu nesta quinta-feira que o papa Bento XVI promova, durante a visita a sua Alemanha natal, reformas significativas para deter os abusos de clérigos, e criticou o fato de o Pontífice ainda não ter feito o suficiente.
"É triste que na Alemanha, onde centenas de crianças denunciaram abusos sexuais no ano passado, o Papa não possa citar abertamente a crise mais devastadora da história moderna da Igreja", afirmou a presidente da SNAP, Barbara Blaine, nos Estados Unidos.
"Se nem sequer puder falar sobre isso, há poucas chances de que possa solucionar" esse problema, declarou.
Em sua primeira visita de Estado à Alemanha, Bento XVI disse compreender aqueles que abandonam a Igreja Católica devido aos escândalos de pedofilia.
"Posso compreender que diante de tais informações, alguém, sobretudo os mais próximos das pessoas afetadas, possa dizer: 'já não é a minha Igreja'", declarou o Pontífice, de 84 anos, aos jornalistas que o acompanharam de Roma a Berlim. Mas ao mesmo tempo, convidou os fiéis a "suportar esses escândalos terríveis", que ameaçaram ofuscar sua visita de quatro dias à Alemanha, permanecendo na Igreja.
"Continuamos esperando o discurso do Papa, para que destaque medidas claras e específicas que ajudem a prevenir futuros abusos sexuais de clérigos e seu encobrimento. Mas isso nunca acontece. Desta vez não será diferente", lamentou Blaine.
"É irônico que o Papa fale de justiça enquanto seus advogados e os advogados da Igreja no mundo todo tentam evitar que as crianças vítimas de abusos sexuais recorram aos tribunais", completou.
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