Com 92% dos votos apurados, o democrata Barack Obama tinha 52% das preferências e 349 votos no Colégio Eleitoral. Já o republicano John McCain aparecia com 47% e 147 votos no Colégio. Nos Estados Unidos as eleições são indiretas e o voto popular é convertido em delegados no Colégio Eleitoral. Para vencer, um candidato precisa de pelo menos 270 dos 538 votos no Colégio. Desta forma, Obama já escreveu seu nome na história dos Estados Unidos ao ser eleito o primeiro presidente negro na história do país.
A vitória de Obama representa um forte rechaço à gestão de George W. Bush, no fim de seu segundo mandato. O máximo que Bush conseguiu no Colégio Eleitoral nas duas eleições que venceu foi 286 votos. Além disso, Obama avançou sobre Estados que antes eram bastiões republicanos, como a Flórida, Indiana e Virgínia. Neste último, nenhum democrata vencia desde Lyndon Johnson em 1964.
O senador em primeiro mandato, de 47 anos, filho de uma mãe branca do Kansas e de um pai negro do Quênia, explorou o profundo descontentamento atual e prometeu uma era de mudanças e esperança ao longo de uma campanha impecável de 21 meses.
"Se há alguém que ainda duvida que nos Estados Unidos tudo é possível, pergunta se o sonho dos pais da pátria segue vivo, questiona o poder de nossa democracia, esta noite tem sua resposta", afirmou Obama em seu primeiro discurso como presidente eleito. Falando diante de uma multidão em um parque de Chicago, ele afirmou que o país enfrenta "os maiores desafios: duas guerras (no Iraque e no Afeganistão), um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século". O novo presidente assume em 20 de janeiro, 43 anos depois do fim de uma lei que na prática impedia os negros de votar em muitos Estados do sul do país.
Vantagem também no Congresso
Os democratas também conseguiram vantagem nas duas Casas do Legislativo. No Senado, asseguraram pelo menos 56 das 100 cadeiras, avançando sobre cinco postos antes ocupados por republicanos. Na Câmara dos Representantes, apareciam com 251 deputados, ante 171 dos republicanos, um ganho de 20 assentos dos democratas.
Joe Biden, companheiro de chapa de Obama, manteve seu cargo de senador por Delaware. Como ocupará a vice-presidência, seu posto deve ser ocupado por uma pessoa indicada pelo governador democrata de Delaware.
Os democratas John Kerry, de Massachusetts, Frank Lautenberg, de Nova Jersey, e Richard Durbin, de Illinois, conservaram seus postos no Senado. Os republicanos Lamar Alexander (Tennessee) e Susan Collins (Maine) conseguiram o mesmo. Já a republicana Elizabeth Dole perdeu seu assento para o democrata Kay Hagan, na Carolina do Norte.