Após oito anos cultivando antipatia pelos oceanos, Marco Antonio Villa destaca que a provável vitória de Barack Obama na sucessão de George W. Bush vai despertar interesse e criar um sentimento de simpatia tanto no Brasil quanto no resto do mundo. "Uma nova geração de bebês chamados Barack Obama vai aparecer", aposta o historiador, lembrando da geração que foi batizada de Roosevelt, em homenagem ao presidente dos EUA que enfrentou o período da Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. "Mas não conheço ninguém que tenha batizado seu filho de Bush", comparou o doutor em história social.
De acordo com ele, a subida de um presidente jovem, negro, democrata e com história de vida multicultural proporcionaria uma visão positiva dos Estados Unidos. "Mostraria que mesmo o grande império também tem suas contradições", afirmou. Ao invés de um país de guerra, imperialismo e massacres, as pessoas poderão lembrar do liberalismo, da contracultura dos anos 60 e da música norte-americana, por exemplo.
Nesse aspecto, destacou Villa, uma vitória de Obama seria importante tanto para a diminuição do antiamericanismo quanto para a valorização da diversidade.
"A eleição pode colocar na parede aqueles que ainda acham que negros ou outras minorias não têm vez", disse.