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Vitória de Trump aumenta divisão entre republicanos e deixa partido à beira do abismo

O magnata venceu em sete estados na chamada Super Terça, momento crucial para as prévias partidárias dos partidos Republicano e Democrata nos EUA | JOHN MOORE/AFP
O magnata venceu em sete estados na chamada Super Terça, momento crucial para as prévias partidárias dos partidos Republicano e Democrata nos EUA (Foto: JOHN MOORE/AFP)

Enquanto os democratas estão se alinhando, os republicanos só se dividem mais. E parecem estar caindo aos pedaços. A noite mais decisiva para a campanha presidencial até agora cristalizou, de forma surpreendente e poderosa, as distintas características dos dois principais partidos disputando a Casa Branca.

A unificação estável e aparentemente implacável do Partido Democrata por Hillary Clinton está em contraste com o aumento da fragmentação entres os republicanos sobre o domínio de Donald Trump, que liderou as prévias de Norte a Sul dos Estados Unidos na Super Terça. Agora, com todos os olhos voltados para a reação da legenda, o partido está acordando para as vantagens de consenso e os perigos do caos.

“Se o Partido Republicano fosse um avião, e você estivesse olhando pela janela do passageiro,veria peças da aeronave se soltando e perguntaria se as próximas seriam uma das asas ou os motores”, disse Tim Pawlenty, ex-governador de Minnesota e um pré-candidato republicano nas eleições presidenciais de 2012.

Mesmo com vitórias em sete estados na terça-feira (1º), Trump foi confrontado por uma gritante e persistente recusa de seus partidários em se mobilizarem por ele. Algumas das principais figuras de seu próprio partido denunciaram a demora do magnata em repudiar a supremacia branca e republicanos tradicionais declaram que iriam boicotar sua nomeação.

“Eu não poderia em sã consciência votar em Trump sob qualquer circunstância”, disse Blake Lichty, de 33 anos, um republicano que trabalhou no governo de George W. Bush e agora vive perto de Atlanta. “Se esse se tornar o partido de Trump, nós vamos perder muitas pessoas”, completou.

Desde a ruptura de 1964, quando os conservadores tomaram o poder de seus rivais moderados e nomearam Barry M. Goldwater, do Arizona, o partido não enfrenta uma crise tão grande de identidade.

“A história está se repetindo”, disse o historiador Richard Norton Smith. “O partido mudou depois de forma permanente e profunda, como ocorre na política, se tornando efetivamente dois”.

Mesmo como o desempenho de Trump mostrando sua força, o sucesso do senador Ted Cruz no Texas e Oklahoma destaca o dilema mais amplo dos republicanos: não há consenso entre eles sobre quem poderia ser adversário mais à altura do magnata e, provavelmente, não há tempo suficiente para outro surgir.

As fissuras culturais e ideológicas que estão se abrindo no partido poderiam levar uma geração para esquecer, de acordo com os líderes republicanos, historiadores e estrategistas - e muitos estão convencidos de que Trump vai garantir mais quatro anos aos democratas na Casa Branca.

“A nomeação de Donald Trump seria o melhor presente que o Partido Republicano poderia dar a Hillary Clinton”, disse Bobby Jindal, ex-governador de Louisiana, disse em uma entrevista na terça-feira.

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