As redes sociais foram fortemente vigiadas pelo governo Biden| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH
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O retorno do ex-presidente Donald Trump à Casa Branca, a partir de janeiro, se tornou uma esperança para as Big Techs, após um mandato democrata fortemente marcado pela interferência digital.

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Essa tendência de uma guinada mais liberal nas políticas que envolvem o setor tecnológico se torna ainda mais potente desde que o bilionário Elon Musk, dono da rede social X, surgiu como um aliado relevante na campanha republicana, inclusive assumindo um cargo no novo mandato de Trump.

Além do fundador da Tesla e SpaceX, outros empresários do Vale do Silício apoiaram a campanha de Trump, como o cofundador do serviço de pagamentos digital Paypal, Peter Thiel, vinculado ao líder republicano desde 2016.

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Logo após a confirmação de sua vitória sobre Kamala Harris, diretores de grandes corporações, como a Meta, o Google, a Microsoft e a Amazon parabenizaram Trump nas redes sociais, demonstrando uma certa esperança de que a relação entre Washington e o mercado tecnológico possa melhorar.

Nos quatro anos em que ficou à frente do governo, entre 2017 e 2021, Trump implementou diversas políticas de desregulamentação nos setores de tecnologia e telecomunicações, apesar de ter tido alguns conflitos diretos com magnatas do Vale do Silício, por exemplo, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg.

Em 2022, em uma espécie de pré-campanha dois anos antes das eleições, Trump saiu em defesa da restauração da liberdade de expressão nos EUA que, segundo ele, estaria em risco na gestão de Joe Biden. O presidente, agora eleito, defendeu ações abrangentes contra a censura nas plataformas digitais, que ele considera uma "ameaça à democracia".

Na ocasião, ele mencionou um “grupo sinistro de burocratas do Estado Profundo, tiranos do Vale do Silício, ativistas de esquerda e a mídia corporativa”, que teria agido para “manipular e silenciar o povo americano”.

Se o mandatário americano mantiver essa postura linha-dura contra a censura, a política adotada pelos atuais gestores da Casa Branca de moderação de conteúdo nas redes sociais deve ser extinta.

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Outro sinal de que a dinâmica deve mudar nesse sentido é que essa é a primeira vez que um presidente em exercício terá sua própria rede social, a Truth Social, criada pelo republicano em 2022 após ser banido das principais plataformas no ano anterior.

Outra mudança que deve ser vista com Trump no poder é a relação com o mercado de Inteligência Artificial (IA). Para o republicano, a área é um pilar estratégico para a liderança global dos EUA.

Com isso, a ordem executiva de Biden, que criou diretrizes de segurança e privacidade para o setor, deve ser revogada após sua posse, abrindo caminho para empresas de tecnologia e inovação explorarem a IA com mais liberdade.

Durante a primeira gestão, o Departamento de Justiça lançou o primeiro grande processo antitruste do governo federal contra a empresa Google por seu domínio nas buscas online poucas semanas antes das eleições de 2020.

No entanto, em declarações recentes sobre o tema, Trump demonstrou que não deve prosseguir com esse tipo de ação. Segundo o presidente, tal movimento pode ser "algo muito perigoso porque queremos ter grandes empresas". Ele acrescentou: "Não queremos que a China tenha essas empresas".

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Outro processo que deve tomar novos rumos é a venda ou proibição do TikTok nos EUA. Diferente do que defendeu no passado, Trump agora expressou mais cautela sobre ser favorável à saída do aplicativo chinês do país, questão que foi defendida em uma lei aprovada pelo Congresso em março deste ano.

O ex-mandatário afirmou que isso pode representar "problemas reais da Primeira Emenda".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]