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Um juiz haitiano emitiu um relatório final acusando Martine Moïse, viúva do presidente assassinado Jovenel Moise, de cumplicidade e associação criminosa para cometer o assassinato de 2021, de acordo com a acusação obtida pelo jornal americano "Miami Herald".
Assim como a viúva, também foram indiciadas 50 pessoas, entre elas 17 colombianos e também o ex-primeiro-ministro Claude Joseph e o ex-chefe da Polícia Nacional do Haiti Léon Charles, que agora atua como representante permanente do Haiti na Organização dos Estados Americanos (OEA).
Joseph enfrenta as mesmas acusações que Martine Moïse, enquanto Charles tem acusações mais sérias. O ex-chefe de polícia enfrenta acusações de assassinato, tentativa de assassinato, posse e porte ilegal de armas, conspiração contra a segurança interna do Estado e conspiração para cometer um crime.
"Há acusações concordantes e provas suficientes para justificar sua responsabilidade pelos atos pelos quais são acusados", de acordo com a decisão do juiz, que os encaminha "ao Tribunal Penal, sem a assistência de um júri, para serem julgados pelos crimes de associação criminosa, roubo a mão armada, terrorismo, assassinato e cumplicidade em assassinato, crimes cometidos contra Jovenel Moise".
Quanto à viúva de Moise, suas declarações sobre o assassinato do presidente "são tão cheias de contradições que deixam muito a desejar e a desacreditam", de acordo com a ordem emitida pelo juiz de instrução.
O magistrado enviou sua ordem de 122 páginas a um promotor que agora informará as pessoas envolvidas sobre a acusação. A próxima etapa será a organização de um julgamento pelo presidente da Suprema Corte do Haiti.
Cinco pessoas já se declararam culpadas no caso nos Estados Unidos, onde a conspiração foi planejada e financiada.
Moise foi torturado e morto em 7 de julho de 2021 em sua residência em Porto Príncipe por um grupo de mercenários, a maioria colombianos. A primeira-dama ficou ferida no ataque e foi levada de avião para Miami no mesmo dia.