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Investigação

Viúva de Perón recebe liberdade provisória após ser presa

O juiz da Audiência Nacional espanhola, Juan del Olmo, concedeu na sexta-feira a liberdade provisória da ex-presidente da Argentina María Estela Martinez de Perón, ao considerar que dado seu delicado estado de saúde não existia o risco de fuga, informaram fontes judiciais.

A ex-presidente, de 75 anos, foi presa na sexta-feira em Madri a pedido da Justiça do seu país, que a investiga por crimes políticos. Ela deverá comparecer a cada 15 dias diante de um juizado até que as autoridades judiciais decidam se ela será ou não extraditada.

``Isabelita'', como é conhecida, foi detida na sua casa em Villanueva de la Cañada, nos arredores da capital espanhola, e levada à Audiência Nacional.

A viúva de Juan Domingo Perón, que governou a Argentina desde a morte do marido, em julho de 1974, até o golpe que a derrubou, em março de 1976, vive na Espanha desde 1981.

A solicitação do juiz argentino Raúl Acosta está ligada a um assassinato ocorrido durante o governo dela, que ordenou por decreto que a guerrilha esquerdista do país fosse ``aniquilada''.

Devido a um Convênio de Extradição Simplificada entre Argentina e Espanha, a ex-presidente pode ser levada de volta à Argentina dentro de 40 dias, prazo que ela terá para apresentar recursos e defesa contra a ordem do juiz Acosta.

O mais provável é que ela aguarde a decisão judicial em prisão domiciliar, devido à idade avançada. Como Isabelita possui também cidadania espanhola, poderia ser julgada na Espanha, dependendo de entendimentos entre os juízes dos dois países.

Os menos de dois anos do governo Isabelita foram marcados por sangrentas lutas entre esquerda e direita do seu partido Justicialista.

O processo contra a viúva do lendário líder argentino se soma às investigações de delitos ligados à Aliança Anticomunista Argentina (Triple A), grupo civil amparado por seu governo que sequestrou e matou naquele período cerca de 2.000 pessoas, na maioria esquerdistas.

Em 1997, Isabelita negou ter conhecimento dos crimes da Triple A, ao ser interrogada como testemunha pelo juiz espanhol Baltazar Garzón, devido ao desaparecimento de 300 espanhóis durante a última ditadura argentina (1976-83).

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