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Asif Ali Zardari, viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, foi designado ontem pelo Partido do Povo Paquistanês (PPP) como candidato presidencial para suceder o general Pervez Musharraf, que renunciou na segunda-feira para evitar o impeachment.

Zardari lidera o maior partido do Paquistão, que elegeu 121 dos 272 deputados nas legislativas de fevereiro. O PPP, partido laico e historicamente ligado ao clã Bhutto, é majoritário no Colégio Eleitoral de 1.170 integrantes – deputados, senadores e membros das Assembléias provinciais – que deverá se reunir em 6 de setembro, segundo decisão anunciada pela Comissão Eleitoral paquistanesa.

Tal vantagem dá teoricamente a Zardari a segurança de ser eleito. Ele disse que confirmará hoje se aceita a candidatura.

Seu principal incômodo é o ex-premier Nawaz Sharif, que lidera o partido religioso moderado Partido da Liga Muçulmana – Nawaz (PLM-N), segundo maior partido da coalizão do atual primeiro-ministro, Yousuf Raza Gilani, do PPP.

Sharif disse preferir que o próximo presidente saia de um dos pequenos partidos da coalizão e que seja originário da Província do Baluquistão, no oeste do país.

Quem é

Zardari tem uma das mais controvertidas biografias políticas de seu país. Esteve preso entre 1990 e 1993 e entre 1996 e 2004, envolvido em processos de corrupção, extorsão e assassinato.

Os episódios que mais o comprometem datam do segundo mandato de sua mulher, Benazir Bhutto, como primeira-ministra (1993–1996). Ele era o seu ministro do Meio Ambiente. Seu cunhado, Murtaza Bhutto, acusou-o publicamente de malversação de dinheiro público. A matriarca do clã Bhutto tomou o partido do filho, e o casal só não foi destituído porque o então presidente, Faruq Leghari, era um apadrinhado da então premier.

Leghari só demitiu o governo quando Murtaza foi assassinado em 1996 por um grupo de policiais, em episódio que teve Zardari como suposto mandante.

Em 1998, o New York Times publicou que um magistrado suíço, Daniel Devaud, recomendou que Zardari e Benazir fossem indiciados no Paquistão por lavagem de dinheiro. Depósitos do casal (US$ 13,7 milhões) haviam sido congelados pelo governo suíço no ano anterior.

Documentos reunidos em França, Polônia e Espanha também comprometiam Zardari pelo recebimento de comissões em contratos do governo paquistanês.

Atentado

Subiram para 78 os mortos do atentado contra um complexo industrial de armamentos, ocorrido quinta-feira, a 35 km da capital, Islamabad. O Taleban – grupo radical afegão que atua também na fronteira entre o Paquistão e Afeganistão – reivindicou a autoria e disse que o atentado foi uma resposta ao bombardeio de suas bases na região tribal de Bajaur.

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