O viúvo da paquistanesa grávida Farzaba Parveen, morta pela própria família por ter decidido casar-se com ele, afirmou que assassinou sua primeira esposa, informou a rede norte-americana CNN. Mohamad Iqbal foi denunciado pelo próprio filho, mas não teve de cumprir a pena de prisão porque foi perdoado pelo crime, contou.
"Eu estava apaixonado por Farzana e matei minha primeira mulher por causa desse amor", declarou Mohamad Iqbal, de 45 anos.
As leis paquistanesas permitem, por exemplo, ao autor de um homicídio propor uma indenização financeira à família da vítima para não ter de cumprir a pena. Agora, Iqbal promete que vai lutar para que se faça justiça no caso do apedrejamento.
Farzana Iqbal, de 25 anos, estava grávida e foi atacada em frente à Alta Corte de Lahore por um grupo de 12 pessoas, incluindo seu pai e seu irmão. Ela havia comparecido ao tribunal para defender o marido, acusado pela família de sequestrá-la e obrigado-a a se casar com ele. Segundo Akhtar, entre 28 e 30 pessoas atacaram a jovem com tijolos.
"O mais doloroso é que ninguém tentou salvar minha esposa. Havia dezenas de policiais e pessoas por perto", disse. "Eu implorei para que nos ajudassem, mas disseram que não era dever deles. Eu tirei minha camiseta [em sinal de humildade] e implorei para que a salvassem."
O caso de Farzana provocou uma forte comoção nacional e levou o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, a exigir nesta quinta-feira (29) que a polícia explique por que não agiu enquanto a mulher era apedrejada.
Sharif classificou a morte de Farzana de " um assassinato brutal", um crime "totalmente inaceitável" que tem de ser enfrentado imediatamente pela lei, segundo um comunicado. "Estou orientando o ministro-chefe a imediatamente tomar uma atitude, e um relatório deve ser apresentado esta noite ao meu gabinete", diz a nota.
Em partes do Paquistão, um país amplamente muçulmano de 180 milhões de pessoas, as mulheres têm de aceitar casamentos arranjados, e uma recusa pode resultar em um assassinato "em nome da honra".
O chefe de polícia de Lahore, Shafiq Ahmad, alega que não havia polícia presente.
"Quando a polícia chegou à cena, ela já havia sido morta."
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