"Estamos chegando."
O aviso, enviado nesta terça-feira (6) para o Exército israelense, é claro. Se as fronteiras do território controlado pelo Hamas continuam fechadas, um grupo de 30 voluntários civis - entre médicos, políticos e jornalistas - de várias partes do mundo, vai partir pelo mar em breve da ilha de Chipre com destino à Faixa de Gaza.
"Somos civis desarmados e estaremos carregando apenas medicamentos e nós mesmo neste barco. Avisamos a Israel que estamos indo. Queremos que eles saibam que vamos ajudar os civis na região, e que não vamos retroceder", disse ao site de notícias G1, por telefone, a organizadora do grupo, Huwaida Arraf, co-fundadora do Movimento International Solidarity. "Se Israel quiser nos parar, eles têm força, e poderão fazê-lo, mas vão precisar usar violência. Se fizerem isso, não podem dizer que não sabiam o que estavam fazendo."
A data da partida, organizada numa parceria com o Movimento Free Gaza, ainda não foi definida, mas deve acontecer em breve, segundo Arraf. O grupo de 30 voluntários já foi fechado, e outros grupos devem ser organizados, caso o primeiro consiga chegar com segurança à região do conflito. "Se conseguirmos entrar em Gaza, vamos fazer outras viagens e levar mais pessoas para ajudar os palestinos. Nossa prioridade é levar médicos e jornalistas, assim como políticos de diferentes países do mundo."
Riscos
Se parece loucura ir para uma região sob ataque, onde já morreram mais de 630 pessoas, Arraf diz que os organizadores da viagem recebem dezenas de mensagens por dia de pessoas se oferecendo para ir junto. "Temos uma longa lista de espera de pessoas interessadas em ir até lá ajudar. A cada dia, dezenas de pessoas mandam pedidos para nos acompanhar", disse.
Segundo ela, as pessoas sabem dos perigos que vão correr, mas não querem mais assistir de longe ao que chama de "massacre". "Não vamos nos sentar e deixar Israel continuar com o massacre ao povo palestino. Não vamos apenas publicar declarações. Achamos que é preciso tomar atitudes concretas. A população de Gaza está precisando de ajuda de médicos e de testemunhas de direitos humanos, que se ponham no caminho dos crimes de guerra israelenses", disse.
"Sabemos que é perigoso, mas a outra opção é deixar uma população de 1,5 milhão de pessoas à mercê de um dos Exércitos mais poderosos do mundo. Não podemos admitir que Israel trate a vida palestina como se não tivesse valor."
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