A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta segunda-feira (17) que a União Europeia (UE) investirá mais de 45 bilhões de euros na América Latina e no Caribe através do programa europeu Global Gateway.
"Mais de 135 projetos já estão na linha de partida, desde o hidrogênio limpo até as matérias-primas críticas, desde a expansão de redes de cabos de dados de alto rendimento até a produção das mais avançadas vacinas de RNA", disse Von der Leyen na abertura de uma mesa-redonda com líderes políticos e empresariais antes da cúpula entre a UE e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que acontece nesta segunda e na terça-feira (18) em Bruxelas, capital da Bélgica.
A presidente do Executivo comunitário enfatizou que a Europa e a região da América Latina e Caribe terão que “definir quais setores e cadeias de valor priorizar”, bem como a melhor forma de promover esses investimentos com suporte técnico, padrões e capacidades.
Von der Leyen reiterou que o programa Global Gateway "não só tem dimensão para fazer a diferença", como representa uma "nova abordagem" quando se trata de investir em grandes projetos de infraestrutura, uma vez que os investimentos europeus se centrarão em "criar cadeias de valor locais" para que o "valor agregado permaneça na América Latina e no Caribe".
A presidente da Comissão Europeia citou o hidrogênio limpo e a indústria de matérias-primas críticas como exemplos de áreas com potencial de investimento nas quais a UE e a região da América Latina e Caribe têm “um interesse comum e ideias compartilhadas”.
"Ao contrário de outros investidores estrangeiros, não estamos apenas interessados em investir na extração de matérias-primas, queremos fazer parceria com vocês, construir capacidades de processamento, para fabricar baterias e produtos finais como veículos elétricos", declarou Von der Leyen, enfatizando que a UE pode acompanhar seu investimento com "tecnologia de primeira classe e formação de alta qualidade para os trabalhadores locais".
Além disso, destacou o potencial da região em relação às energias renováveis, com um setor eólico e solar que cresce “exponencialmente também graças ao investimento europeu”, e considerou que “o próximo passo natural é transformar esta energia limpa em hidrogênio limpo”, que poderia ser facilmente exportado e alimentar indústrias como as de siderurgia, cimento e transporte limpo, "tudo feito na América Latina e no Caribe".
“Há muito potencial para explorar, podemos fazer muito mais”, insistiu Von der Leyen, depois de lembrar a cooperação empresarial e de investimento que já existe entre a Europa e a região latino-americana e caribenha.
A presidente do Executivo comunitário considerou que a “América Latina, Caribe e Europa precisam uns dos outros mais do que nunca” em um mundo “mais competitivo e conflituoso do que nunca”, que ainda se recupera da pandemia de covid-19, sofre o “duro impacto da guerra da Rússia contra a Ucrânia" e testemunha "a firmeza crescente da China".
"A Europa quer ser o parceiro de escolha para a América Latina e o Caribe, tal como escolhemos ser um parceiro para a região. Acreditamos que a oferta europeia para a região é diferente e importante", salientou Von der Leyen, para quem a cúpula UE-CELAC representa um "novo começo para uma velha amizade" entre as regiões.
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