Nova York - Os aeroportos de Nova York e de outras partes da Costa Leste dos EUA voltaram a funcionar após as nevascas que ilharam turistas e moradores, mas, com tantos voos atrasados após ficarem quase dois dias sem operar, a situação deve continuar caótica ao menos até o ano-novo.
Mais de 4.500 voos foram cancelados na região (e 7.000 em todo o país) desde o início da neve, no domingo. Apesar da promessa dos aeroportos de operar mais rápido que o normal, eles funcionaram ontem com capacidade reduzida, devido à neve, e a demanda é muito grande.
A situação é agravada pelo fato de os aviões andarem mais lotados que a média pelas festas de fim de ano.
Mesmo que os primeiros aviões tenham começado a decolar de Nova York na noite de segunda, a situação ontem para quem ainda esperava voo não parecia muito diferente das horas em que a sexta pior nevasca da história da cidade impedia o funcionamento dos aeroportos.
Em Boston e na Filadélfia, a situação não era diferente, com os aeroportos tentando compensar o tempo perdido.
No JFK, o principal aeroporto de Nova York, as pessoas continuavam deitadas no chão, tentando descansar das longas horas de espera. Havia muito lixo pela parte da manhã, e banheiros femininos não contavam mais com papel higiênico.
A médica Rosangela Freire e sua filha, a estudante de Medicina Heloisa Marconato, de Echaporã (SP), estão no JFK desde às 5h30 de ontem, esperando para voltar para São Paulo.
A promessa da Copa Airlines era a de que elas e os demais passageiros sairiam às 4h30 de ontem. Mas, após quatro cancelamentos, às 10 horas foram avisadas de que teriam de passar mais um dia inteiro no aeroporto, sem ajuda de custo e sem informações da empresa aérea.
Mas não era só quem pretendia sair de Nova York que sofria com os transtornos. Houve ao menos quatro casos de aviões que pousaram no JFK e cujos passageiros não puderam desembarcar por pelo menos cinco horas. No pior caso, um avião lotado permaneceu por 11 horas na pista.
Falta energia e lixo se acumula em Nova York
Mais de 24 horas após o fim da neve e mesmo com a volta do sol, Nova York continuava ontem a enfrentar problemas: casas sem energia, ruas intransitáveis e lixo acumulado.
Pela manhã, havia ao menos 8 mil residências em Nova York sem luz, número similar ao de Nova Jersey.
O cenário era ainda mais grave em Massachusetts, em que 60 mil clientes estavam sem energia, interrompida pelos fortes ventos e pelas árvores caídas que cortaram as linhas de transmissão.