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Michel Barnier aprovou uma lei com seu plano de financiamento da previdência social sem votação no Parlamento, e oposição a Macron apresentou em seguida moção de desconfiança
Michel Barnier aprovou uma lei com seu plano de financiamento da previdência social sem votação no Parlamento, e oposição a Macron apresentou em seguida moção de desconfiança| Foto: EFE/EPA/MOHAMMED BADRA

A Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento da França, votará na quarta-feira (4) uma moção de desconfiança contra o primeiro-ministro do país, Michel Barnier. Caso seja aprovada, ele deixará o cargo após ocupá-lo por apenas três meses.

Partidos de oposição apresentaram a moção após Barnier utilizar um artigo da Constituição francesa para aprovar uma lei com seu plano de financiamento da previdência social em 2025 sem votação no Parlamento. O premiê recorreu à medida porque sabia que a proposta não teria votos para passar na Assembleia Nacional.

A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN), que juntos somam mais da metade dos 577 assentos na casa, já vinham prometendo apresentar a moção.

Na semana passada, após uma reunião com Marine Le Pen, líder do RN, Barnier prometeu retirar da sua proposta de orçamento para 2025 uma das “bandeiras vermelhas” destacadas pelo partido: aumentar os impostos sobre energia elétrica.

Entretanto, como o primeiro-ministro manteve outros pontos criticados pela RN e após a passagem do plano previdenciário nesta segunda-feira, o partido de direita nacionalista anunciou que apoiará uma moção de desconfiança da NFP.

“Apresentei a ele nossas linhas vermelhas e ele se recusou a aceitá-las. Não podemos aceitar esses orçamentos profundamente injustos porque eles fazem os franceses pagarem pela incompetência de [o presidente francês, Emmanuel] Macron”, declarou Le Pen nesta segunda-feira, segundo a Agência EFE.

Barnier é do partido conservador Republicanos (LR) e foi indicado como premiê por Macron em setembro, causando revolta na NFP, que foi a coalizão mais votada na eleição legislativa, mas sua indicada foi rejeitada pelo presidente francês.

Como o partido de Macron, o Ensemble, e o LR estão em minoria na Assembleia Nacional, Barnier está numa posição extremamente frágil no Parlamento e deve ser destituído.

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