Partido governista abandonou votação no parlamento da Coreia do Sul, dificultando impeachment do presidente.| Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE/EPA/Pool
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O pedido de impeachment do presidente sul-coreano, Yoon Suk-Yeo, foi rejeitado neste sábado, pelo parlamento do país. A moção tinha sido apresentada pelos principais partidos de oposição após o mandatário ter tentado impor lei marcial no país, um instrumento que limita direitos civis e geralmente é usado em tempos de guerra ou graves crises sociais.

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Para o parlamento aprovar o pedido, era necessário que 200 dos 300 congressistas votassem pela destituição. Entretanto, o número não foi alcançado após os membros do partido governista Poder Popular (PDD) terem abandonado a sessão, com exceção de dois deles. Como a oposição é composta por 192 legisladores, ela necessitava do apoio de pelo menos oito deputados pró-governo.

Líder de partido governista havia indicado apoio ao impeachment

O boicote dos parlamentares do partido governista havia desmanchado as expectativas de que a legenda apoiasse a destituição de Yoon, criadas após o líder do PPP, Han Dong-hoon, ter sinalizado que os deputados votassem pela cassação. Segundo ele, o partido tem “evidências confiáveis”, provenientes da inteligência coreana, de que Yoon teria instruído o comandante da Contra-Inteligência do país a prender políticos importantes, inclusive Han, sob a acusação de “atividades antiestatais” durante a lei marcial. O dirigente do partido afirmou também que o atual presidente “poderia colocar a República da Coreia e seus cidadãos em grande perigo”.

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A votação da moção de destituição na Assembleia ocorreu após outra proposta de instauração de investigação sobre a primeira-dama, Kim Keon-hee, por suposta corrupção, que não avançou apesar da maioria de 198 votos a favor e 102 contra, que já apontava para o fracasso da iniciativa de destituir Yoon. O resultado desta primeira votação indicava que no máximo seis membros do PPP estariam dispostos a quebrar a disciplina de votação estabelecida pela formação conservadora, que acabou concordando em rejeitar a moção contra Yoon após ter hesitado nos dias anteriores sobre o assunto.

Milhares foram às ruas pedir o impeachment do presidente

Antes da sessão parlamentar que votou o pedido de impeachment, milhares de sul-coreanos saíram às ruas para se manifestar a favor da votação que poderá destituir Yoon. O protesto, que contou com a participação de figuras políticas, teve também a aderência da Confederação Coreana de Sindicatos (KCTU), o maior grupo sindical do país. A manifestação teve início às 15 horas (horário local. 3 horas da madrugada em Brasília), diante da sede do órgão legislativo, em meio a um grande esquema de segurança. Além do KCTU, vários outros grupos se reuniram em diferentes pontos da capital e se deslocaram até a Assembleia, em uma mobilização chamada de “marcha de vigília nacional”.

Caso Yoon perdesse o mandato, teria sido o terceiro presidente sul-coreano afastado neste século. Segundo o instituto Realmeter, 73,6% desejam que o presidente deixe o cargo.