Os eleitores do Mississippi que foram às urnas na terça-feira derrotaram uma proposta de emenda que, se aprovada, daria direitos a embriões. A medida poderia impedir a realização de abortos no estado americano mesmo em situações nas quais a interrupção da gravidez é autorizada pela legislação federal, como em casos de estupro ou incesto.
A chamada Personhood Amendment (emenda da pessoa humana) ou Proposta 26 foi rejeitada por mais de 55% dos eleitores, pouco mais do que o mínimo necessário para barrar a medida. A proposta, que dividiu as comunidades médica e religiosa, era definir legalmente cada ser humano como "pessoa" desde o momento da fertilização do óvulo.
Os que se opunham à sua aprovação lembravam que métodos de controle de natalidade, como o uso da "pílula do dia seguinte", passariam a ser ilegais. Tecnicamente, até mesmo a prática da fertilização in vitro poderia ser afetada, já que médicos poderiam ser alvo de processos criminais quando um embrião não sobrevivesse. A maioria dos partidários da emenda se baseava em crenças religiosas para defendê-la.