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As primeiras seções eleitorais dos Estados Unidos começaram a fechar na noite desta terça-feira, depois de uma campanha longa e amarga que pode tirar os democratas da liderança do Congresso e travar a agenda do presidente Barack Obama no legislativo.

A ansiedade com relação à economia do país e a insatisfação com Obama e o governo federal impulsionaram os republicanos, que poderão ganhar a maioria dos assentos na Câmara dos Representantes e talvez até mesmo no Senado.

"O plano econômico dos democratas não está funcionando", disse o aposentado Peter Ruiz, de Miami, após votar nos republicanos, apesar de ter apoiado Obama dois anos atrás. "Precisamos experimentar outra coisa."

As primeiras seções eleitorais fecharam em partes dos Estados de Indiana e Kentucky, mas poderá levar horas antes que os vencedores sejam determinados. A votação se encerrará nos outros Estados norte-americanos nas próximas seis horas.

Pesquisas de opinião e analistas independentes prevêem que os republicanos conquistem ao menos 50 cadeiras a mais do que têm atualmente na Câmara dos Representantes, bem mais do que as 39 necessárias para tomar o controle e tirar a liderança da casa das mãos da democrata Nancy Pelosi.

O grupo apartidário Cook Political Report estima que estão em jogo mais de 90 assentos dos democratas.

Antes que as primeiras seções eleitorais fossem fechadas, Pelosi deixou dúvidas sobre a projeção de uma grande vitória Republicana nesta terça e disse que os Democratas continuariam com o poder na Câmara dos Deputados.

"As pessoas precisam se manifestar, e essa eleição não será determinada pelos especialistas", disse Pelosi a jornalistas.

Os republicanos também devem obter ganhos expressivos no Senado, embora pareça mais difícil -- mas não impossível -- conquistar as dez cadeiras necessárias para ter a maioria.

Na eleição desta terça, estão em jogo todos os 435 assentos da Câmara dos Representantes, 37 do Senado e 37 governos estaduais. Muitos Estados realizaram eleições antecipadas durante semanas.

Obama chegou à Presidência dois anos atrás, numa onda de esperança de que ele pudesse tirar os EUA de uma profunda crise econômica, mas as altas taxas de desemprego e o déficit orçamentário colocaram muitos eleitores contra ele.

A insatisfação da população deu origem ao fenômeno político do Tea Party, um movimento conservador anti-Obama pouco organizado e que apóia um papel menor para o Estado, impostos mais baixos e gastos públicos reduzidos.

A reforma do sistema de saúde dos EUA promovida por Obama, uma bandeira antiga dos democratas, provocou uma forte reação.

"Eles estão tentando arruinar todo o sistema de saúde", disse Sharon Krumins, médica do Walt Disney World, ao deixar o posto de votação em Winter Park, na Flórida.

O controle dos republicanos sobre ao menos uma Casa do Congresso provavelmente travará o Legislativo, enfraquecendo a posição de Obama em disputas sobre ampliar os cortes de impostos da era Bush e a aprovação de projetos amplos sobre mudança climática e imigração.

"Podemos esperar ganhos muito substanciais dos republicanos levando a uma super-paralisia por dois anos", disse o professor de ciência política da Universidade da Virginia Larry Sabato.

Os candidatos republicanos pressionam por uma agenda de cortes de gastos, redução do déficit e a reprovação de ao menos partes da reforma da saúde e do sistema financeiro, mas Obama poderia vetar essas iniciativas republicanas.

Os eleitores vão votar também sobre uma variedade grande de assuntos de interesse local. Na Califórnia, por exemplo, eles vão decidir sobre uma proposta de legalização da posse de maconha.

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