O ditador Nicolás Maduro prorrogou o horário de votação sobre Essequibo| Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez
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A votação sobre a anexação da província de Essequibo, território rico petróleo e minerais que pertence à Guiana, terminou sem intercorrências, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela prorrogar o prazo até as 20h no horário local (21h de Brasília) deste domingo (3).

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"Queremos informar o povo da Venezuela que mesmo passadas as 18 horas da tarde os cidadãos ainda estão nas filas [de votação] e a CNE decidiu por unanimidade prolongar o processo eleitoral por mais duas horas", afirmou o chefe do órgão, Elvis Amoroso.

A votação começou às 6h e iria até as 18h, em horário local. A alegação do CNE foi contestada pela imprensa e partidos de oposição, que acusaram a baixa adesão dos venezuelanos à consulta. O referendo é “consultivo” e não há número mínimo de votos para sua aprovação.

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O governo espera, com a aprovação, definir estratégias de anexação do província, que corresponde a 70% do território da Guiana. Cerca de 20,7 milhões de venezuelanos foram convocados a votar.

Os resultados devem ser divulgados ainda nesta segunda-feira (4).
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, fez campanha na televisão local para incentivar a votação. “O primeiro efeito que a voz poderosa e unida da Venezuela deveria ter é sentar-se com o presidente da Guiana e voltar ao acordo de Genebra”, disse Maduro ao votar.

O acordo de Genebra formado pela Venezuela e o Reino Unido em 1966 reconhecia a reivindicação do país e determinava a resolução do assunto em quatro anos, o que nunca aconteceu. As disputas acirram desde 2015, com a descoberta de petróleo na região. Graças ao petróleo, a Guiana é o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.

Mais cedo, o presidente Lula disse, em Dubai, que espera que o bom senso prevaleça na disputa entre os dois países. "O que a América do Sul não precisa é de confusão", afirmou Lula.

Veja as perguntas do referendo

  • Você rejeita a fronteira atual?
  • Você apoia o Acordo de Genebra de 1966?
  • Você concorda com a posição da Venezuela de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça (veja mais sobre essa questão abaixo)?
  • Você discorda de a Guiana usar uma região marítima sobre a qual não há limites estabelecidos?
  • Você concorda com a criação do estado Guiana Essequiba e com a criação de um plano de atenção à população desse território que inclua a concessão de cidadania venezuelana, incorporando esse estado ao mapa do território venezuelano?
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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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