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ITÁLIA

Votação tem 70% de participação

Roma – Mais da metade dos italianos votaram ontem, no primeiro dia das eleições gerais, o que indica o interesse dos cidadãos pelo assunto, onde a participação e os indecisos serão os fatores-chave no resultado final. Os eleitores devem escolher entre o primeiro-ministro conservador, Silvio Berlusconi, e o líder da coalizão de centro-esquerda, Romano Prodi, que tinha uma vantagem de 3,5 a 5 pontos nas últimas pesquisas, divulgadas há duas semanas.

Os colégios eleitorais fecharam às 22 horas (17 horas em Brasília) e serão reabertos às 7 horas (2 horas em Brasília) desta segunda-feira, fechando definitivamente às 15 horas local (10 horas).

O Ministério do Interior informou que 67,6% dos eleitores participaram da votação. Os resultados das eleições na Itália são incertos e podem resultar em um parlamento ingovernável, mas, não importa quem ganhe, este político terá de criar um plano de choque para revitalizar um país com uma economia estagnada, baixa produtividade e pouca competitividade.

A votação de ontem teve alguns incidentes isolados. O mais significativo foi o lançamento de três coquetéis molotov na madrugada de sábado para domingo, e de uma bomba caseira que não explodiu em um colégio de Vittorio Veneto, no nordeste do país, onde foram encontrados panfletos de um grupo anarquista. Os crucifixos presentes nas salas de aula foram motivo de polêmica em três colégios eleitorais, já que alguns eleitores se recusaram a votar enquanto os símbolos religiosos não fossem retirados do local.

No centro do país, em Senigallia, um eleitor que se declarou ateu não quis votar diante do crucifixo. O secretário nacional da federalista Liga Norte (coalizão de centro-direita), Roberto Calderoli, conhecido por sua polêmica decisão de vestir uma camiseta com uma charge de Maomé, disse que a remoção dos crucifixos representa "um dos tantos episódios de ataque à nossa civilização".

O primeiro dia de eleição começou marcada pela polêmica surgida no sábado, com o envio de mensagens SMS de telefone celular que pediam votos para Forza Itália (partido de Berlusconi), o que foi denunciado às autoridades. O presidente dos Verdes, Alfonso Pecorano, denunciou que na manhã de ontem foram enviadas mensagens com a voz de Berlusconi explicando seu programa. O coordenador regional do Forza Itália em Turim, Guido Crosetto, garantiu que os representantes de seu partido tinham sido ameaçados em algumas zonas eleitorais da cidade.

Outros incidentes ocorreram com eleitores que encontraram seus colégios fechados e não sabiam onde votar, e com um jovem de Pescara, denunciado por fotografar sua cédula já preenchida com seu celular. Os principais líderes políticos votaram nesta manhã, entre eles Prodi, acompanhado de sua mulher Flavia Franzoni, em Bolonha. Berlusconi votou em Milão, com sua mãe, Rosa. As duas cidades estão localizadas no nordeste da Itália. O atual primeiro-ministro italiano protagonizou uma cena engraçada ao ser repreendido por um fiscal do Partido das Oliveiras – partido incluído na União liderada Prodi – diante da mesa eleitoral. Berlusconi disse para sua mãe que tinha que escolher o símbolo do Forza Itália e o fiscal o advertiu dizendo que o primeiro-ministro não poderia sugerir o voto. "Nem sequer o da mãe?", respondeu Berlusconi com um sorriso. Após o voto, o chefe de Governo e sua mãe saíram de mãos dadas.

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