O jornal "The Washington Post" acusa a CIA de ter inventado uma nova definição para a palavra tortura para excluir os tratos abusivos aos quais submete seus prisioneiros, em um editorial que publica em sua edição desta quarta-feira.
Sob o título "Diretor para a tortura", o "Post" condena o chefe da CIA, Porter J. Goss, por "redefinir técnicas habituais de tortura como 'métodos únicos e inovadores' de conseguir informação", em declarações publicadas na segunda-feira em outro jornal, o "USA Today".
O "Washington Post" descreve vários destes "métodos únicos e inovadores", segundo foram revelados por agentes da CIA em uma reportagem da televisão americana ABC e que incluem, como exemplo, simulacões de afogamento dos interrogados.
Em seguida se pergunta: "Estas técnicas não são tortura, como afirma o Sr Goss? De fato, várias delas foram praticadas por regimes repressivos e antes foram condenadas pelo Departamento de Estado em seus relatórios anuais sobre os direitos humanos".
"Agora que o Administração (do presidente George W. Bush) tanto rebaixou as normativas contra o terrorismo, será muito mais difícil evitar o abuso dos detidos, não só nas células clandestinas da CIA, mas no mundo todo", conclui o diário de referência da capital dos EUA.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”