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Os Estados Unidos estão perdendo a confiança no papel dos dissidentes tradicionais em Cuba, segundo uma comunicação diplomática revelada pelo WikiLeaks, sugerindo uma mudança na estratégia de Washington para tentar provocar mudanças na ilha comunista.

A análise, enviada em abril de 2009 pela Seção de Interesses dos EUA em Havana (a representação do país em Cuba, na ausência de relações diplomáticas formais), descreve a oposição cubana como sendo um grupo desconectado da sociedade, polarizado e frequentemente manipulado pelas autoridades de segurança cubanas.

'Sem uma verdadeira epifania entre os líderes da oposição e a diminuição da repressão oficial às suas atividades, é improvável que o movimento tradicional de dissidentes substitua o governo cubano', disse o comunicado, publicado pelo jornal espanhol El País.

'Os sucessores imediatos mais prováveis do regime de (Raúl) Castro virão provavelmente dos funcionários de médio escalão do próprio governo', acrescenta o texto, assinado pelo diplomata Jonathan Farrar, chefe da Seção de Interesses.

Desde a década de 1960, os EUA já gastaram dezenas de milhões de dólares para tentar derrubar o regime dos irmãos Fidel e Raúl Castro. O regime comunista habitualmente acusa os dissidentes de serem 'mercenários' a soldo dos EUA.

O comunicado diplomático - parte de um lote de mais de 250 mil documentos em poder do WikiLeaks - afirma que os dissidentes parecem mais preocupados em conseguir dinheiro do que em mobilizar a sociedade cubana.

'Uma organização política disse bastante aberta e francamente ao chefe da missão que precisava de recursos para pagar salários, e apresentou um orçamento com a esperança de que a Seção de Interesses pudesse cobri-lo.'

O texto acrescenta que os dissidentes tradicionais são velhos demais, e que uma nova geração de blogueiros e artistas tem se mostrado mais eficaz e popular junto aos cubanos.

'Achamos que é a nova geração de 'dissidentes não-tradicionais', como (a blogueira) Yoany Sánchez, que poderia ter maior impacto de longo prazo na Cuba da era pós-Castro', diz o comunicado.

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