Naples(AFP) O furacão Wilma passou pela Flórida ontem, deixando sem eletricidade mais de 2 milhões de residências, com ventos de mais de 200 km/h que perderam intensidade à medida que o furacão avançou para o interior do território. No Oceano Atlântico, ele voltou a recuperar forças e subiu novamente para a categoria 3. Do outro lado do estreito da Flórida, a capital de Cuba, Havana, e várias localidades da costa oeste da ilha ficaram alagadas após a passagem do furacão. Bairros inteiros e povoados costeiros do lado ocidental de Cuba, incluindo a capital Havana, ficaram cobertos de água na passagem de Wilma com direção à Flórida.
Na Flórida, as ondas gigantes trazidas pelo Wilma provocaram grandes inundações, as piores em 12 anos. Muitos danos materiais foram registrados, mas a retirada de moradores das áreas de risco evitou tragédias como as registradas em agosto na passagem do furacão Katrina pelos estados de Louisiana e Mississippi.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, decretou estado de emergência na Flórida, permitindo ao governo local, representado por seu irmão, Jeb Bush, se beneficiar de uma ajuda federal. Mesmo antes do Wilma, a região já havia recebido de Washington recursos para a instalação de abrigos e para a compra de água potável e medicamentos.
Acostumados às tempestades tropicais, os moradores da Flórida já sabem como lidar com o fenômeno. Salvo algumas exceções, a população obedece às ordens oficiais de evacuação. Agora, as autoridades alertam para o risco de se usar as estradas até que a água baixe e as linhas de energia sejam restabelecidas.
Balanço
O Wilma causou 17 mortes em sua passagem pela Jamaica, pelo Haiti e pelo México. Nos Estados Unidos, foi registrada a morte de um idoso com o impacto de uma árvore que caiu sobre ele. Na península de Yucatán, onde se concentram os principais balneários turísticos do México, os danos materiais foram intensos. Ontem, as autoridades começaram a contabilizar os danos. O setor hoteleiro de Cancún foi totalmente devastado e muitos povoados perderam suas estradas sob as águas. Passado o perigo, milhares de turistas instalados provisoriamente em abrigos estão ansiosos pra fugir do lugar.
Um milhão de pessoas passou pelo quarto dia sem eletricidade, telefone e, em muitos casos, acesso à água potável. O setor hoteleiro de Cancún, o símbolo desta península eminentemente turística, precisará de pelo menos três a quatro meses para voltar à normalidade, segundo Jesús Almaguer, presidente da Associação de Hotéis e Motéis do estado de Quintana Roo (leste).
Fora de risco
O Wilma agora se desviou definitivamente para o Atlântico e, segundo os meteorologistas, não oferece risco a nenhuma área habitada.