Miami (AE/Folhapress/EFE) – O furacão Wilma é a mais forte tempestade já registrada no Oceano Atlântico, com ventos beirando os 300 km/h, que o enquadram na categoria 5, a mais elevada da escala Safir-Simpson. As fortes chuvas decorrentes do fenômeno já causaram pelo menos 12 mortes no Caribe. Jamaica, Cuba, Nicarágua e Honduras já sofrem com as fortes chuvas trazidas pela tempestade, embora seja improvável que o olho do furacão passe por qualquer um desses países. No México, teme-se que o Wilma arrase Cancún e Cozumel, dois paraísos turísticos do país.

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As autoridades mexicanas estão recomendando aos estrangeiros que voltem aos seus países de origem, mas os hoteleiros estão resistindo à medida. "Se a Proteção Civil ordenar a desocupação, cuidaremos do alojamento dos nossos hóspedes. Mas por enquanto, essa ordem não foi dada", frisou a vice-presidente da associação dos hotéis de Cancún, Patricia Morales Portas. A região é regularmente atingida por furacões. O último, o Emily, de categoria 3, atingiu a província de Yucatán em meados de julho e deixou apenas danos materiais.

Cuba ordenou ontem a retirada de dezenas de milhares de habitantes. Na capital, mais de 13 mil estudantes em de internatos foram dispensados e reenviados às suas casas, enquanto que na província de Pinar del Rio, a mais ocidental do país, mais de 90 mil habitantes deviam ser retirados das áreas próximas às costas, segundo a Defesa Civil. Cuba, também regularmente abalada por furacões desse tipo, já sabe como reagir frente a essas situações.

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Mas é na Flórida, onde deve chegar no sábado, que o Wilma promete causar os maiores estragos. O estado está se preparando para o furacão. Ontem, o presidente George W. Bush recebeu um informe sobre a situação e declarou confiar que a população vai atender às advertências oficiais. Em Nova Orleans, cidade fortemente atingida pelo furacão Katrina em agosto, o descumprimento dessa ordem custou muitas vidas e enormes perdas financeiras. Autoridades da Flórida, governado por Jeb Bush, irmão do presidente, ordenaram ontem a evacuação de turistas e não residentes da região das ilhas (as chamadas keys) sul do estado.

A agência de emergência do condado de Monroe, que tem jurisdição sobre essa cadeia de ilhas, decidiu antecipar as ações de emergência pelo aumento da intensidade do fenômeno. A evacuação da região, onde vive cerca de 80 mil pessoas, precisa ser feita com grande antecedência já que eles estão conectados à península por uma longa estrada de duas mãos, com inúmeras pontes sobre o mar.

Recorde

Wilma é o 12.º furacão da temporada 2005. Não havia tantos em tão pouco tempo desde 1969. Mesmo estando livres dos efeitos mais intensos, os países da América Central, sobretudo Honduras e Nicarágua, temem inundações depois da passagem do fenômeno. Há duas semanas, os deslizamentos de terra decorrentes da passagem da tempestade tropical Stan deixaram mais de 2 mil mortos nesta região, principalmente na Guatemala, onde socorristas estrangeiros foram chamados para resgatar os feridos e ajudar no realojamento das famílias atingidas.