O diretor de cinema Woody Allen se defendeu "pela última vez" das acusações de abuso sexual contra sua filha Dylan, que o perseguem há duas décadas, em um exaustivo artigo no jornal New York Times, no qual atribui a última polêmica sobre o caso à manipulação de sua ex-mulher Mia Farrow.

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"É claro que eu não abusei de Dylan. Eu a amava e espero que um dia compreenda que foi enganada e utilizada por uma mãe mais preocupada com sua própria raiva do que com o bem-estar de sua filha", escreveu Allen em um artigo publicado ontem no site do jornal americano e que sairá na edição impressa hoje.

Essas são as primeiras palavras de Allen e, segundo ele, as "últimas", depois que sua filha Dylan trouxe novamente o caso à tona com uma carta aberta publicada no mesmo jornal há uma semana.

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Na resposta, Allen mostrou condescendência com sua filha, de quem eximiu toda a culpa, e investiu contra sua ex-mulher Mia Farrow. Ele a descreve como uma mulher dominada por sua própria raiva e que nunca conseguiu superar o fato de que o diretor a deixou para se casar com Soon-Yi Previn, a filha que ela tinha adotado e que tinha então 19 anos.

"Não é que duvide que Dylan tenha chegado a acreditar que sofreu abusos, mas se, desde os sete anos, uma vulnerável menina é ensinada por uma mãe de forte personalidade a odiar seu pai porque ele é um monstro que abusou dela, é tão inconcebível que, após muitos anos de doutrinamento, a imagem que Mia quis estabelecer tenha criado raízes?", se perguntou Allen.

Moses Farrow, de 36 anos, saiu recentemente em defesa do pai e disse estar convencido que ele nunca abusou de Dylan, assim como acusou sua mãe de tentar manipulá-lo contra Woody Allen.

O diretor, em seu artigo no New York Times, deixou claro que com suas palavras não pretende desanimar as vítimas de abusos a denunciarem seus casos, mas lembrou que, às vezes, existem pessoas que fazem acusações "falsas".

"Este artigo é minha última palavra sobre este assunto e ninguém nunca responderá em meu nome sobre futuros comentários de qualquer parte. Muitas pessoas já foram feridas", concluiu o diretor.

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