A população de vertebrados na Terra caiu 58% entre 1970 e 2012, e se a tendência persistir poderá atingir 67% até 2020, adverte nesta quinta-feira um relatório do WWF. Segundo o organismo de defesa do meio ambiente, “o declínio que sofrem as populações de espécies selvagens é cada vez mais preocupante” e “chegará a 67% até 2020”, se nada for feito.
“Se permanecer este declínio da biodiversidade, o mundo natural que hoje conhecemos desabará em seu conjunto”, declarou o diretor geral do WWF Internacional, Marco Lambertini.
“Estamos assistindo a uma regressão da vida sobre o planeta, da qual somos em parte responsáveis (...) e significa um fator de risco importante para nós”, destacou Pascal Canfin, diretor geral da WWF França. Se desaparece a vida, desaparece o capital natural e destruímos nossa capacidade de viver no planeta a longo prazo. A humanidade está colocando em risco ela mesma”.
O relatório anterior “Planeta Vivo”, publicado em 2014 por essa ONG de defesa do meio ambiente, mencionava uma queda de 52% entre 1970 e 2010.
Impacto marginal do clima
O WWF, em colaboração com a sociedade zoológica de Londres, estudou 14.152 populações de 3.706 espécies de mamíferos, peixes, aves, anfíbios e répteis para chegar a esta conclusão.
Particularmente afetados, se encontram os animais de água doce, cuja população está em queda livre: caiu 81% entre 1970 e 2012 devido ao excesso de exploração - muitas vezes involuntária - e da perda ou degradação de seu habitat.
A população das espécies terrestres caiu 38%. Devido à caça ilegal, os elefantes da África, por exemplo, foram reduzidos em 111 mil desde 2006, totalizando atualmente 415 mil animais. Já as populações marinhas sofreram uma redução de 36%, com um terço de espécies de tubarões e arraias ameaçados de extinção, fundamentalmente devido à pesca excessiva.
De maneira geral, a ameaça mais frequente que pesa sobre as populações em declive é a perda ou degradação de seu habitat devido à atividades agrícolas, à exploração florestal, à mineração e à transmissão e produção de energia.
Outras causas são o excesso de caça e pesca, a contaminação ambiental, as espécies invasivas e doenças. Até o momento, o aquecimento global tem tido um impacto “relativamente marginal (...) porque estamos apenas com um grau de elevação” planetário em relação à era pré-industrial, declarou Pascal Canfin.
“Estamos consumindo nosso capital natural cada vez mais cedo”, destaca Canfin.Este ano, a humanidade “está no fiado” desde 8 de agosto, quando consumiu a totalidade dos recursos que o planeta pode renovar em um ano, segundo a ONG Global Footprint Network. Em 2015, o “fiado” começou no dia 13 de agosto, contra 23 de dezembro em 1970.
A população mundial, hoje em 7,4 bilhões de pessoas, chegará a 9,7 bilhões em 2050, e neste ritmo precisará de um segundo planeta. “As consequências da pressão humana sobre o meio ambiente se conhecem e se observam cada vez melhor, mas não há qualquer reação econômica racional”, lamenta a WWF, que pede um “desenvolvimento econômico sustentável”.
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