As autoridades de Xangai, maior cidade da China, anunciaram nesta segunda-feira (30) o fim, daqui a dois dias, da rigorosa quarentena imposta para evitar casos de Covid-19 e que mantém a maior parte de seus 26 milhões de habitantes dentro de casa há dois meses.
A partir de quarta-feira, pessoas que vivem em áreas onde nenhum caso de Covid foi relatado poderão sair de casa normalmente, e empresas e o transporte público também retomarão as operações.
“Ninguém deve impor restrições aos moradores para entrar ou sair de complexos residenciais, exceto aqueles em áreas de médio e alto riscos ou sujeitas a liberdade de movimento limitada”, disseram as autoridades municipais de prevenção e controle da Covid-19 em um comunicado.
De acordo com a nota, Xangai vai retomar os serviços de transporte público e táxis, e carros particulares serão permitidos nas rodovias, exceto nas áreas ainda com restrições. Nos últimos dias, muitas áreas que estavam confinadas há meses começaram a recuperar a liberdade total ou parcial, embora a grande maioria das lojas ainda estivesse fechada.
No domingo, a prefeitura local já havia estendido de 48 para 72 horas o tempo máximo que deve passar desde o último teste PCR com resultado negativo para quem quiser usar o transporte público ou frequentar supermercados, entre outros lugares com aglomerações.
As autoridades da cidade também anunciaram nesta segunda-feira um plano para “revitalizar” a economia local após dois meses de estrita contenção diante do pior surto de Covid na cidade desde o início da pandemia. Considerada a capital financeira da China, Xangai registrou no domingo 68 novos casos de covid (61 deles assintomáticos), muito longe do pico de quase 28 mil de meados de abril.
As medidas absurdas adotadas durante o confinamento foram denunciadas nas redes sociais (a ditadura chinesa censurou grande parte dessas publicações) e geraram indignação em todo o mundo, entre elas, separação de crianças infectadas dos seus pais, cachorros mortos por servidores públicos nas ruas, comida jogada fora enquanto a população passava fome e cercas erguidas em vários distritos para fechar ruas e entradas de complexos de apartamentos onde casos foram registrados.
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