O ditador da China, Xi Jinping, recebeu nesta quarta-feira (10) em Pequim o ex-presidente de Taiwan Ma Ying-jeou (2008-2016) e afirmou que nada poderá impedir a “reunificação da família” chinesa – numa referência à pretensão da ditadura comunista de incorporar a ilha taiwanesa.
Ma fez sua segunda visita à China, após se tornar no ano passado o primeiro ex-presidente de Taiwan a viajar ao gigante asiático. Desde o fim da Guerra Civil Chinesa, em 1949, nunca um chefe de Estado taiwanês ocupando o cargo visitou a China.
“A interferência externa não pode impedir a tendência histórica de reunificação do país e da família [chinesa]”, disse Xi, segundo informações da agência Reuters. “Não há rancor que não possa ser resolvido, não há problema que não possa ser discutido e não há força que possa nos separar”, acrescentou.
Xi não tratou Ma como “presidente”, e este se referiu ao ditador chinês como secretário-geral do Partido Comunista – os dois países não reconhecem o governo do outro.
“Se houver uma guerra entre os dois lados, será insuportável para o povo chinês”, disse Ma, numa referência a chineses étnicos – tanto os habitantes da China continental quanto os de Taiwan.
“Os chineses de ambos os lados do estreito têm sabedoria suficiente para lidar pacificamente com todas as disputas e evitar entrar em conflito”, argumentou o ex-presidente.
Taiwan é administrada separadamente da China continental desde 1949, quando os nacionalistas, derrotados pelos comunistas na Guerra Civil Chinesa, se refugiaram na ilha. Pequim considera Taiwan uma província rebelde, a ser reincorporada até 2049, quando o fim do conflito completará cem anos.
Taipei denuncia com frequência incursões chinesas no espaço aéreo e nas águas territoriais de Taiwan, o que tem feito os Estados Unidos aumentar a ajuda militar aos taiwaneses.