Xi Jinping é reeleito, expande poder e elimina últimos sinais de oposição

O presidente da China, Xi Jinping, foi reeleito secretário-geral do Partido Comunista para um novo mandato de cinco anos, seu terceiro consecutivo. Xi apresentou neste domingo (23) os quatro novos membros do comitê permanente da legenda, órgão que constitui a liderança máxima do partido. Além de Xi, número 1 do partido, Zhao Leji e Wang Huning permanecem no comitê pelos próximos cinco anos.

Os novos membros são Li Qiang, Cai Qi, Ding Xuexiang e Li Xi, conforme anunciou presidente à imprensa em evento no Grande Salão do Povo em Pequim. Os números 2, 3, 4 e 7 do Partido Comunista da China (PCCh) até agora - Li Keqiang, Li Zhanshu, Wang Yang e Han Zheng, respectivamente - se aposentaram em razão da idade.

Pela primeira vez em 25 anos não há sequer uma mulher na mais alta cúpula de poder do gigante asiático e nem mesmo no comitê central do partido comunista. Outra mudança foi que qualquer sinal de oposição a Xi desapareceu dentro da legenda, com as exclusões do vice-primeiro-ministro Hu Chunhua — o único representante da ala do ex-presidente chinês Hu Jintao — e do atual primeiro-ministro (já de saída), Li Keqiang.

Dessa forma, o líder chinês retira dos altos escalões os representantes da Liga das Juventudes Comunistas, considerado o grupo mais liberal e pragmático da liderança do país. Ontem, o ex-presidente Jintao foi retirado à força do plenário onde acontecia o encerramento do 20º Congresso do Partido Comunista da China.

“O mundo precisa da China”

Em um breve discurso perante a imprensa para apresentar os novos membros do Comitê Permanente, Xi Jinping narrou seus slogans habituais e rogou que o partido comunista centenário continuasse "florescendo em sua própria revolução" e "se torne a espinha dorsal mais forte e confiável do povo chinês”.

"Diante de novos desafios neste novo caminho, devemos permanecer em alerta máximo, sempre manter a sobriedade e a prudência e avançar com uma governança partidária rigorosa e compreensível", disse o presidente chinês.

O líder chinês declarou também que o mundo "enfrenta desafios sem precedentes", acrescentando que "a China não pode se desenvolver sem o mundo, e o mundo também precisa da China".

"Após mais de 40 anos de esforços incessantes de reforma e abertura, criamos dois milagres de rápido desenvolvimento econômico e estabilidade social de longo prazo. Neste momento, a economia chinesa é resiliente e tem grande potencial e capacidade de manobra", afirmou.

Xi Jinping assegurou ainda que as portas da China continuarão se abrindo, enquanto o país continuará “criando oportunidades para o resto do mundo” por meio de seu próprio desenvolvimento.