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Assembleia Geral

Na ONU, Xi Jinping rejeita ‘politização’ da pandemia do coronavírus

O presidente da China, Xi Jinping, fala durante a Assembleia Geral da ONU, em 22 de setembro de 2020. (Foto: AFP)

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O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta terça-feira (22) que não tem intenção de travar uma "guerra fria ou quente" com nenhum país. A afirmação foi feita na Assembleia Geral das Nações Unidas, minutos depois do discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump novamente culpou a China pela epidemia do coronavírus e disse que o país é o que mais polui o meio ambiente - nos últimos dias, as mudanças climáticas entraram na pauta da disputa pela Casa Branca. O presidente também fez críticas à própria ONU, dizendo que a entidade deveria focar nos "problemas reais" do mundo e reforçou o tom nacionalista de seu discurso.

"Por décadas, as mesmas vozes cansadas propuseram as mesmas soluções fracassadas perseguindo ambições globais às custas do seu próprio povo", disse. "Somente quando você cuida dos próprios cidadãos é que encontra uma base verdadeira para a cooperação. Vocês devem colocar seus países em primeiro lugar".

Em vídeo gravado previamente e apresentado minutos depois de Trump, Xi Jinping disse que uma mentalidade de guerra fria e posições ideológicas não são a solução para o problema de nenhum país, menos ainda a resposta aos desafios comuns da humanidade. Ele não citou diretamente os EUA em nenhum momento de sua fala.

O mandatário chinês também sobre a pandemia do novo coronavírus em seu discurso, refutando a politização da doença que já infectou 31 milhões de pessoas e deixou ao menos 966 mil mortos. "Qualquer tentativa de politizar ou estigmatizar esse assunto deve ser rejeitada", afirmou. Ele também disse que a China vai honrar o compromisso de oferecer US$ 2 bilhões em assistência internacional para apoiar países em desenvolvimento.

"O vírus será derrotado. A humanidade vencerá essa batalha", disse Xi. O líder chinês também apelou à cooperação entre os países e ao apoio às nações mais vulneráveis mais vulneráveis, em especial os africanos, por meio do alívio da dívida e da implementação da Agenda 2030 da ONU.

Coube ao embaixador da China na ONU, Zhang Jun, responder os ataques de Trump. "Enquanto a comunidade internacional está lutando contra a Covid-19, os EUA estão disseminando um vírus político na Assembleia Geral. Tenho que enfatizar que o ruído dos americanos é incompatível com a atmosfera da Assembleia", disse a jornalistas.

Guterres pede para que mundo evite 'nova guerra fria'

Na abertura do evento, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, citou alguns "cavaleiros do Apocalipse" como ameaças para a humanidade: tensões geopolíticas, crise climática desconfiança global e o lado obscuro dos avanços tecnológicos. Segundo o português, apenas o multilateralismo e a cooperação internacional são capazes de lidar com esses problemas, agravados pela pandemia de Covid-19.

Em sua fala, ele disse que o mundo precisa fazer todo o possível para evitar "uma nova guerra fria" e pediu para que os países reforcem os laços de cooperação no momento em que a ONU completa 75 anos.

"Estamos indo em uma direção perigosa. Nosso mundo não pode ter um futuro em que as duas maiores economias do planeta se dividem em uma grande fratura - cada uma com suas próprias regras de comércio e financiamento, internet e inteligência artificial. Uma divisão econômica e tecnológica tem o risco de se tornar uma divisão militar e geoestratégica. Precisamos evitar isso a todo custo".

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