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Xi Jinping, ditador chinês, participa de cerimônia oficial no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em 2019.
Xi Jinping, ditador chinês, participa de cerimônia oficial no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em 2019.| Foto: EFE/Andre Coelho

O ditador chinês Xi Jinping só poderá ter um terceiro mandato porque ele mudou as regras do jogo. Até 2018, os dirigentes deviam se aposentar aos 68 anos, após cumprir, no máximo, dois mandatos de cinco anos. Xi modificou a Constituição e poderá continuar no poder da China mesmo tendo 69 anos de idade.

No dia 16 de outubro, o Partido Comunista fará seu 20º congresso. Nesse evento, o governo costuma reeleger ou trocar os ocupantes das principais cadeiras, assim como oficializar o nome do chefe de Estado — que é, ao mesmo tempo, chefe do partido e do exército.

Projetando-se aos próximos cinco anos, Xi anunciou, no final de julho, que o mandato seguinte será economicamente “crítico”. “Será necessário se concentrar sobre o problema de desenvolvimento desequilibrado e insuficiente”, declarou. “Nosso país será confrontado a riscos e desafios, assim como a contrações e problemas mais complicados do que tínhamos antes. Devemos nos preparar para o pior”.

Em novembro do ano passado, Xi Jinping anunciou que precisava salvar o Partido Comunista das ondas liberais através de uma “mão de ferro”. É dessa forma que ele propõe resolver essa situação econômica desastrosa, resultante de uma política Zero Covid sem sucesso, um crescimento econômico que diminui ano a ano e à ameaça à rota da soja – antes chamada de “projeto do século da China”.

Ditador prepara o terceiro mandato e já pensa no quarto 

O projeto de Xi não para por aí. De acordo com Willy Lam, especialista no sistema político chinês, o ditador já vislumbra um quarto mandato, de 2027 a 2032, quando ele terá 79 anos. “Em compensação, até lá Xi deverá compartilhar algumas cadeiras do governo com seus rivais políticos”, antecipa Lam em um artigo publicado pela Jamestown Foundation, uma think tank dos Estados Unidos.

Apesar da falta de transparência do partido comunista do país, especialistas preveem que, para o mandato que segue até 2027, a mudança deverá ser menos radical, mas ainda assim importante no cenário político chinês. Cheng Li, pesquisador sobre Pequim, publicou na revista da americana Brookings Institution que “cerca de dois terços dos 376 membros do comitê central, metade dos 25 do gabinete político e dos sete membros do comitê permanente serão novos funcionários”.

Fora as mudanças arquitetadas nos bastidores, já se tornou público que o primeiro-ministro, Li Keqiang, deixará o cargo, conforme ele mesmo anunciou no começo do ano. Favorável à economia de mercado, Keqiang costuma fazer um contrabalanço ao extremo intervencionismo do Estado imposto por Xi Jinping.

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