Bagdá (Das Agências Internacionais) Cerca de 10 mil pessoas protestaram nas ruas do Iraque ontem contra o resultado das eleições parlamentares de 15 de dezembro, realizadas para definir quem vai ocupar as 275 cadeiras do Parlamento do primeiro governo regular pós-Saddam Hussein. Sunitas e xiitas (ligados ao ex-primeiro-ministro Ayad Allawi) dizem que os resultados preliminares divulgados nos últimos dias foram fraudados. Eles decidiram disputar o poder através de manifestações em Bagdá e no norte do país, num dia em que os atentados mataram 11 pessoas, entre elas um coronel iraquiano.
Os manifestantes dizem que os números foram manipulados para garantir a liderança de grupos religiosos xiitas no Parlamento, que terá a responsabilidade de escolher um primeiro-ministro para governar o Iraque nos próximos quatro anos. Enquanto os resultados oficiais das eleições não são divulgados, líderes políticos estão decididos a apelar ao presidente Jalal Talabani. Eles querem formar um novo governo de consenso. Tanto Executivo como Legislativo devem ser definidos sob pressão.
Os partidos sunitas e xiitas seculares insistiram ontem na realização de novas eleições em algumas províncias e pediram o monitoramento internacional da situação. O impasse pode atrasar a transição política coordenada pelos Estados Unidos, que esperam que o Iraque retome a autonomia no primeiro semestre de 2006.
Com a retirada de 44 soldados, a presença militar ucraniana no Iraque foi limitada ontem a cerca de 50 oficiais: conselheiros e instrutores. Pelas previsões dos EUA, mais de 90% do efetivo de 160 mil homens permanecerão no Iraque durante 2006. O governo iraquiano pede que seu Exército seja treinado antes da desocupação.
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